Análise: São Paulo desfalcado mostra tempos distintos em Ribeirão Preto

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Sem oito jogadores, Tricolor faz boa etapa inicial e mostra futebol ruim no segundo tempo. Deslocamento de Araruna para lateral direita enfraquece meio de campo

Por Marcelo Hazan

Dois tempos tempos de futebol completamente diferentes. Assim o desfalcado São Paulo empatou com o Botafogo de Ribeirão Preto, por 1 a 1, na última quarta-feira, no estádio Santa Cruz. Depois de marcar na etapa inicial e envolver o adversário, o time caiu muito de rendimento no segundo tempo, sofreu o gol e deixou o torcedor ressabiado.

Vale ressaltar, no entanto: o técnico Rogério Ceni não teve Cueva, Buffarini, Pratto (convocados para seleções), Cícero, Maicon, Rodrigo Caio, Sidão e Wesley. Pelo 12º jogo seguido o time foi vazado e acumulou a quarta partida sem vencer. Veja abaixo como foi construído o empate.

Esquema tático

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Primeiro tempo do São Paulo (Foto: GloboEsporte.com)Primeiro tempo do São Paulo

Rogério Ceni escalou o time com um triângulo no meio de campo, formado por João Schmidt mais recuado, com Thiago Mendes à direita e Araruna na esquerda.

Na frente, Luiz Araújo (esquerda), Wellington Nem (direita) e Gilberto (centro). Ou seja, novamente sem Cueva, Ceni optou por uma formação com jogadores de características mais ofensivas do que a adotada no clássico com o Palmeiras. Na ocasião, ele adiantou Thiago Mendes para a linha de ataque, quando o time tinha a bola, e montou um 4-1-4-1 para marcar o rival sem a bola.

A surpresa na escalação veio na defesa: pela primeira vez Lucão foi titular com o treinador, ao lado de Lugano.

O time mostrou bom volume de jogo e não foi ameaçado pelo Botafogo. Araruna ajudou na marcação e foi o homem dos escanteios. Gilberto marcou seu gol e levou perigo em outras ocasiões. E Júnior Tavares deu cruzamentos interessantes.

Perdeu? Pressiona!

O São Paulo entrou ligado em campo. O início mostrou um dos conceitos trabalhados por Ceni nos treinamentos: ao perder a bola, a equipe deve pressionar rapidamente para retomar a posse no mesmo lugar, principalmente se for no campo de ataque. Assim, João Schmidt recuperou uma bola que terminou com chute de Luiz Araújo no travessão.

Troca de passes por 56 segundos e gol

O gol do São Paulo saiu em uma longa troca de passes com a participação de dez jogadores, incluindo o goleiro Renan Ribeiro. Só Luiz Araújo não encostou na bola, que rodou da defesa para o ataque e de um lado para o outro. Tudo isso até Júnior Tavares cruzar, e Gilberto cabecear para o gol.

Variação nos escanteios

O São Paulo voltou a mostrar repertório variado nas cobranças de escanteio. Em algumas ocasiões a equipe ficou perto de balançar a rede. Quando o toque saiu curto, Luiz Araújo recebeu e devolveu para Araruna, o homem das bolas paradas na etapa inicial.

Assim, João Schmidt completou cruzamento de Júnior Tavares, mas atrapalhou Gilberto. Melhor posicionado no lance, o centroavante mostrou incômodo depois da jogada.

Em outras oportunidades, Luiz Araújo saiu da área para puxar um marcador e confundir o rival, enquanto o volante cruzou direto. Dessa maneira, Gilberto ficou perto de completar para a rede.

Gol do Botafogo

Melhor em todo o segundo tempo, o Botafogo chegou ao gol de empate aos nove minutos. João Schmidt não conseguiu parar o adversário, Lugano errou na cobertura e Cauê passou nas costas de Lucão para vencer Renan Ribeiro com chute cruzado.

Lesão e mudanças

A lesão de Bruno aos 12 minutos, depois do gol do Botafogo, obrigou Rogério Ceni a substituí-lo. Ele optou por usar Lucas Fernandes e deslocou Araruna para lateral direita. João Schmidt e Thiago Mendes passaram a jogar em linha à frente da defesa.

Mesmo com jogadores de características mais ofensivas, o São Paulo não produziu quase nada. Depois, Ceni trocou Gilberto por Chavez, e Wellington Nem por Jucilei. Essa última mudança deixou o time com formação similar à da derrota por 3 a 0 no clássico contra o Palmeiras: Thiago Mendes se juntou a Luiz Araújo e Chavez na linha de frente. Jucilei, João Schmidt e Lucas Fernandes ficaram no meio de campo.

O São Paulo ainda viu o Botafogo ficar perto da virada: por pouco Francis não completou para o gol cruzamento de Moacir Júnior.

Há de se relativizar o prejuízo técnico com os desfalques e a sequência de jogos: sete partidas em 22 dias neste mês. O são-paulino, agora, espera rever o empolgante início de ano nos desafios de mata-mata por Paulistão, Copa do Brasil (Cruzeiro) e Sul-Americana (Defensa y Justicia).