Técnico do Tricolor fala sobre a vitória por 4 a 2 diante do PSTC, na Copa do Brasil, elogia Cícero, não vê erros na defesa e promete padrão de jogo ofensivo
Por Marcelo Hazan – GloboEsporte.Com
O tema das entrevistas de Rogério Ceni após os jogos do São Paulo tem sido quase sempre o mesmo: a força do ataque x os erros na defesa. Nesta quarta-feira, depois da vitória por 4 a 2 sobre o PSTC, em Londrina, pela segunda fase da Copa do Brasil, não foi diferente. O técnico teve de explicar os dois gols sofridos pelo Tricolor em momentos que o time estava bem no jogo.
A equipe levou um gol no minuto seguinte ao que abriu o placar e pouco depois de abrir 3 a 1. Para o treinador do Tricolor, parece um pouco de desconcentração.
– O que tem a ser corrigido serve para todos campeonatos. Saímos bem no jogo e concedemos o empate. Estávamos bem posicionados em campo. Não sei o que acontece. Dá branco e cede empate. Faz 3 a 1, tinha que suportar mais quatro minutos, e aí vai para o vestiário com situação mais apertada (3 a 2). Tempo para trabalhar, em campo, não temos condições. Pegamos vídeos para explicar por que fez ou tomou gols – comentou Rogério Ceni.
Apesar de ter admitido que o time tem um “branco” em determinados momentos, Ceni rechaçou que a defesa tenha errado nos lances dos gols do time paranaense.
– Não enxergo erros na defesa. Um volante fez três gols. Vocês vão ficar surpresos que fez três gols, nenhum de bola parada? Jogamos agressivamente. Foi o jogo menos agressivo que fizemos. Tomamos gols quando estávamos mais bem posicionados. Prefiro ter meus jogadores para jogar do que treinar. Forcei o máximo na pré-temporada – acrescentou o treinador.
O próximo adversário do São Paulo na Copa do Brasil será o ABC, de Natal, nos dias 8 e 15 de março. Os mandos de campo serão sorteados. Pelo Paulistão, o Tricolor volta a campo domingo, no Morumbi, às 16h, contra o Santo André.
Veja abaixo outros trechos da entrevista do treinador são-paulino:
VIDA DE TÉCNICO
– Treinador nunca tem tranquilidade. A gente entra num jogo preocupado com o adversário. Mesmo com a confiança por ter um grande time, tudo pode acontecer. Lembro quando a Venezuela eliminou o Brasil no sub-20. Futebol mudou muito. Nome não tem mais tanto significado. Há bons jogadores em todas equipes. Há jogadores aqui com condição de jogar no São Paulo. Pressão que carrega consigo é muito grande.
ATAQUE
– Tem que valorizar os gols feitos, 16 finalizações criadas. De coisa boa, Nem voltando de lesão. Eu me programei para colocar 20 minutos. No próximo, penso em 45 minutos. O Jucilei só não coloquei porque eles colocaram um cara rápido. O João vem de jogos consecutivos. Para o próximo jogo, vamos começar a ver os jogadores que podem jogar 45. Tenho uma vaga até sexta. Vou decidir no elenco a posição que mais precisamos.
PADRÃO DE JOGO
– Temos de manter esse nível de ataque, de pressão, de criação de jogadas. E diminuir os gols sofridos. Foram poucas finalizações do PSTC. Fica difícil explicar alguma coisa. Vejo a dedicação de todos eles. Algumas coisas são instintivas do jogador se sentir mais dentro do jogo, e outras temos que corrigir fora do campo, alertar. É o que tentamos fazer, mas sempre com astral positivo. Hoje, é o time que mais faz gols em média no Brasil. É uma filosofia de jogo. Temos que diminuir a oportunidade de gols do adversário.
CÍCERO, O MELHOR EM CAMPO
– Cícero é um homem-chave em qualquer equipe. Foi no Fluminense, ano passado. Um jogador com 32 anos dá experiência, tem bom jogo aéreo, finaliza bem de fora da área. Não por hoje, mas pelos jogos que participou. Conseguimos sem custo de transferência. Ajuda os mais jovens, como Araruna. Se eu precisar, ele faz um segundo atacante. Pela amizade que temos ao longo do tempo, ele entende o que eu quero com ele.
LESÃO DO MAICON
– Teve uma torção, parece, no tornozelo. Não posso te dizer porque minha parte na medicina eu pulei na faculdade. Eu o vi com gelo no tornozelo, parece inchado. Por experiência como atleta, não acho que tenha condição de jogo no final de semana. Não o farei jogar sem condições. É a posição que mais tenho jogadores, que mais quero por para jogar. Temos jogo na Copa do Brasil, com sorteio amanhã. Vamos tentar recuperá-lo diz o técnico.
PAIZÃO CENI
– Estou muito jovem para ser pai desses meninos (risos). Quando eu subi da base, fui muito bem recebido por Raí, Zetti, Cafu, Pintado, Adilson, Palhinha. Jogadores que eram consagrados. Hoje, eu não sou mais protagonista do jogo. Cueva é, Pratto é. Cada época da vida tem que saber se colocar em seu lugar. Minha função é treiná-los bem e mostrar todas as possibilidades, onde podemos entrar na equipe adversária, qual é o melhor jeito de jogar. Essa é minha obrigação. Vivi muita coisa boa dentro do futebol. As estrelas do espetáculo devem ser eles. Estou muito feliz de como as coisas estão sendo conduzidos. Tem que ser exigente, mas com educação. No treino, um grito ou outro acontece. Sempre olho nos olhos, não me sinto melhor, me sinto parte.