Em jogo tenso, São Paulo e Corinthians empatam no Morumbi lotado

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LANCE

Em clássico marcado por acidente e lambanças da arbitragem, gols de Maicon e Jô definem igualdade em 1 a 1 pela penúltima rodada da primeira fase do Paulistão

Até os 18 minutos do segundo tempo, o São Paulo fazia crer que a melhor defesa é o ataque. Afinal, vencia o clássico deste domingo contra o Corinthians por 1 a 0 dentro de sua casa, embalado por sua torcida (mais de 51 mil pessoas), com um gol do zagueiro e capitão Maicon. Mas bastou Guilherme Arana encontrar Jô sozinho entre a vendida defesa tricolor para o pesadelo dos gols sofridos colocar em xeque novamente a força ofensiva do time de Rogério Ceni. O gol do centroavante corintiano decretou o empate por 1 a 1 no Majestoso e um duelo marcado por obviedades.

O São Paulo sairia mais para o jogo? Saiu. Criou mais chances? Criou. No primeiro tempo, principalmente pelo lado esquerdo, com a dobradinha Júnior Tavares-Luiz Araújo para cima de Léo Príncipe. Mas também é verdade que, de novo, foi pouco efetivo, sentindo a falta de Cueva e Pratto, seus principais jogadores.

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O Corinthians iria defender bem? Defendeu. O organizado sistema defensivo do time de Fábio Carille se fez presente. Mas, óbvio, faltou bala na agulha para golpear o adversário nos contra-ataques. O jovem Pedrinho, de 18 anos, tentou com habilidade. Mas foi pouco. Renan Ribeiro passou quase ileso no primeiro tempo, exceto por um chute de fora da área de Rodriguinho.

As emoções, que não foram poucas, estavam guardadas para a segunda etapa. O São Paulo voltou voando, como fez em vários jogos nesta temporada. E logo Maicon, aproveitando jogada ensaiada no escanteio, abriu o placar. Na comemoração, o zagueiro imitou uma galinha, debochando do rival. Era de se esperar: Maicon estava engasgado com o Corinthians desde a Flórida Cup, quando saiu de campo jurando adversários. Lembram?

Depois do gol, pairou a dúvida: o São Paulo, superior, mataria o jogo sem completar o 13º jogo consecutivo sem sofrer gols? Não foi desta vez. A obviedade veio com uma falha da defesa. Aos 18 minutos, Guilherme Arana encontrou Jô sozinho entre os zagueiros Maicon e Rodrigo Caio. O centroavante cabeceou para fazer seu terceiro gol em três clássicos este ano. Marcou contra todos os rivais. Nada mais cantado…

Quem também não surpreendeu foi a arbitragem. Vinicius Furlan foi mais um a complicar um jogo com decisões equivocadas. A falta de critério foi nítida, principalmente quando aplicou apenas cartão amarelo a Wellington Nem, depois deste acertar uma tesoura em Léo Jabá. O mesmo amarelo foi dado para a comemoração provocativa de Maicon, para faltas que pararam contra-ataques, reclamação e para um lance que ficou inexplicável no próprio Nem, que estava com a bola, e enfim foi expulso aos 48 minutos do segundo tempo. Não dá!

Com duas estratégias completamente diferentes de jogo, erros e acertos de cada lado, o resultado foi justo. Tanto o time de Rogério Ceni quanto o de Carille precisam evoluir muito, ganhar a cara de campeão. Afinal, o campeonato está acabando e vem aí as decisões.

A se lamentar o acidente que vitimou um torcedor do São Paulo antes do jogo. Episódio triste. Não foi um clássico de felicidade. Para ninguém. As duas equipes somam cinco jogos sem vitória.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 1 CORINTHIANS

Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data/Hora: 26/03, às 16h
Árbitro: Vinicius Furlan
Assistentes: Anderson Jose de Moraes Coelho e Eduardo Vequi Marciano
Cartões amarelos: Cícero, Maicon, Wellington Nem, Wellington (SPO); Gabriel, Rodriguinho, Pablo, Jô, Maycon (COR)
Cartões vermelhos: Wellington Nem (SPO)
Público/Renda: 51.869/ R$ 1.356.420
Gols: Maicon, aos 4’/2T (1-0); Jô, aos 18’/2T (1-1)

SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Araruna, Maicon, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; Jucilei, Thiago Mendes e Cícero; Wellington Nem, Luiz Araújo (Neilton, aos 35’/2T) e Gilberto (Chavez, aos 27’/2T). Técnico: Rogério Ceni.

CORINTHIANS: Cássio, Léo Príncipe, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana (Moisés, aos 38’/2T); Gabriel, Jadson, Maycon, Rodriguinho (Camacho, aos 37’/2T) e Pedrinho (Léo Jabá, aos 17’/2T); Jô. Técnico: Fábio Carille.