[Exclusivo SPNet] – Olhemos Para As Mídias Sociais

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Por Abrahão de Oliveira

A importância das mídias sociais aumenta a cada dia no mundo tecnológico e conectado que vivemos. E as empresas e portais buscam cada vez mais ter seguidores, influenciadores e público para disseminar seus conteúdos e produtos.

Para os clubes de futebol esse segmento, pelo menos no Brasil, ainda engatinha. E acho que esse pode ser o ponto de partida e alavancagem da nossa receita. Não é incomum vermos notícias e mais notícias falando em patrocínio master, negociação para mangas, calções, etc.

Mas e olhar para o torcedor, o verdadeiro bem e tesouro, que consome diariamente o conteúdo do clube?

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Vou dar um exemplo bastante simples de como as redes sociais podem ser lucrativas para uma instituição como o SPFC. Passando pelo site “Futebol Retweet” é possível encontrar um curioso dado sobre o Real Madrid. Confiram:

“No caso do Real Madrid, esse valor (para mídias sociais) é de 500 milhões de euros, por 10 anos. O clube espanhol negociou a exploração dos direitos de imagem das mídias online do clube por mais de R$ 1,6bi. Se dividirmos o valor por 10 anos, serão 50 milhões de euros por ano. A Emirates paga 34 milhões de euros, por ano, para o patrocínio master do Real Madrid. Ou seja, as redes sociais do clube estão com um valor de exposição maior que o principal patrocínio de camisa”.

Mais do que isso, um torcedor fez a conta de quanto CADA torcedor vale para o clube em caso de negociação desse espaço. Vejamos a conta feita pelo @jcm1970mzz . Em fevereiro o clube tinha mais de 166 milhões de seguidores. E seguindo a ideia da  de calcular o valor de cada seguidor, com o número atualizado chegamos a 0,33 € por perfil que segue o Real Madrid. Usando o câmbio de hoje, cada torcedor estaria avaliado em mais ou menos R$ 1,10.

Segundo a imagem abaixo, retirada de uma pesquisa do IBOPE, voltada para as mídias sociais dos clubes, nós temos 11.758.447 torcedores nas redes sociais. Se usarmos o valor que o Real Madrid usou, poderíamos falar em uma receita de quase R$ 13 milhões de reais.

Não é uma tarefa fácil prospectar clientes e fazer novos negócios como os que eu estou propondo e sugerindo. Mas é uma área, um segmento, um nicho de mercado que merece atenção e está largado.

Nessa mesma pesquisa IBOPE, por exemplo, um dado é extremamente preocupante: como é possível termos 100 mil inscritos A MENOS do que o Palmeiras? Ainda somos superiores em todas as outras redes, mas o YouTube é uma das mais lucrativas e dinâmicas que temos hoje.

O marketing e a comunicação precisam ajudar, criar campanhas, engajamento e aplicar isso para a nossa apaixonada torcida conseguir acompanhar mais do clube, interagir mais e, assim, gerar MAIS RECEITA para que não soframos com a falta de grana.

Os clubes brasileiros ainda não aprenderam a explorar a massa de fãs que possui e, o maior exemplo que vejo nisso, foi um acordo fechado pelo Palmeiras, em 2015, quando a FAM pagou R$2,6 milhões em um contrato de dois anos. Não ficou claro se o valor era anual ou se era pelo período todo. De toda forma foi um negócio ruim pelo número de torcedores que eles possuem nas redes.

Eu sugiro que o São Paulo se torne um pioneiro no assunto. Se eu não me engano, o Corinthians foi o primeiro a fechar um acordo para o YouTube, mas eles pararam no tempo. Os clubes têm que se modernizar e fazer o que é feito na Europa.

O Barcelona, em 2014, faturava algo perto de 30 milhões de euros com isso e possuíam perfis em nove línguas. Ou seja, estamos ANOS atrasados em relação aos tops do futebol mundial.

Precisamos de maneira URGENTE de uma gestão profissional para as mídias digitais. Criar conteúdo segmentado, incentivar os torcedores a compartilhar, curtir, interagir, enfim, CONSUMIR a marca do clube que vai ganhando valor agregado e crescendo. Isso pode render muito mais do que um patrocinador master, por exemplo.

Ainda não li nenhuma proposta dos candidatos a presidência do SPFC, mas espero, do fundo do coração, que eles tenham algo programado para isso. É preciso REVOLUCIONAR em um mercado onde os rivais AINDA não chegaram.

Se o SPFC não se reinventar, vai ficar para trás. O Santos já ficou, sobrevive do que acha na base; o SCCP vai ficar por causa do estádio ABSURDO que precisam pagar e o SEP está em uma FRANCA disparada para galgar o posto de terceira maior torcida do país e tentar tirar a hegemonia do Corinthians das TVs de São Paulo. Planejamento é tudo e precisamos começar AGORA para não sofrer mais para frente.

4 COMENTÁRIOS

    • Falar em “merda online” é um claro sinal de ignorância para um dos MAIORES mercados do mundo moderno. Como eu citei na matéria é preciso prospectar, ir atrás, inovar. Ficou bem claro isso.

      Pedir dinheiro é um termo rústico também, afinal, daremos algo em troca, não estamos falando em caridade.

      • pq eles pagam pro real e barcelona? e os outros times? e pq nao pagam pra NENHUM time brasileiro?? existe alguma lei que os proteja la e deixe as coisas em aberto aqui? nao consigo ver controle sobre isso aqui, imagine cobrar por isso…a pesquisa deixa mtas interrogacoes, a intencao eh boa, mas antes de pagar de espertao, tenta um texto mais esclarecedor, deve ter um motivo que os clubes nao fisgaram isso ainda, e isso seria bom saber…

        • Você não leu a parte que o Real vendeu as mídias por um valor gigantesco? Ou não chegou a ver o outro parágrafo que, em 2014, o Barça já tinha uma receita de trinta milhões de euros com as mídias?

          Não tem lei nenhuma que regule esse mercado, falta apenas a vontade das pessoas em ir atrás e propor um novo modelo de negociação para empresas e possíveis patrocinadores.

          O motivo é esse: os diretores não estão nem aí para esse público que é IMENSO e INCONTÁVEL.

          Quanto ao pagar de espertão, é por sua conta.

          Abraços!