Invicto há um mês, Ceni celebra nova cara do São Paulo: “Um só coração”

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Rogério Ceni São Paulo x Santo André (Foto: Marcos Ribolli)
São Paulo já tem a cara de Ceni (Foto: Marcos Ribolli)
Do dia 5 de fevereiro ao dia 5 de março, da derrota por 4 a 2 para o Audax à vitória por 4 a 1 sobre o Santo André, o São Paulo de Rogério Ceni construiu uma identidade. O torcedor sabe o que esperar quando vai ao Morumbi ou assiste pela televisão aos jogos da equipe. Foram nove partidas em 29 dias, um ritmo alucinante que apresentou virtudes, surpresas e problemas.

– Temos uma forma montada de jogo, que criamos e demos consistência desde o jogo contra o River Plate (pelo Torneio da Flórida, ainda na pré-temporada). É um time que entende a necessidade de marcar o mais alto (adiantado) possível, com qualidade, dependendo da formação de cada adversário. O time começa a dar sinais de entendimento ao se posicionar melhor após fazer os gols – avaliou Ceni.

– Começamos do zero no dia 4 de janeiro e mostramos como queríamos que as coisas acontecessem, e tornamos possível. O que eu menos consegui fazer evoluir foi mostrar que podemos fazer gols, mas temos que melhorar para não conceder. Tentamos jogar com 11 jogadores, mas uma só batida, um só coração. Se eles entenderem isso, temos grande chance de ter sucesso – analisou o técnico.

O QUE DEU CERTO?

Quando o torcedor ouvia Rogério Ceni dizer que seu time seria ofensivo, não podia imaginar ver tão rapidamente o resultado dessa mudança de postura. Nesses nove jogos disputados entre 5 de fevereiro e 5 de março, o São Paulo fez 26 gols, média de 2,8.

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O estilo de jogo também está claro e, embora precise de aperfeiçoamento, é facilmente identificado. O Tricolor tenta encurralar o adversário com todos os seus jogadores de linha no campo de ataque, laterais bem abertos para ampliar o campo de ação, e passes verticais.

A posse de bola tem sido bastante valorizada. Rogério Ceni ressalta sempre os números.

Pratto São Paulo (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
Lucas Pratto foi contratado para ser o homem-gol do São Paulo (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

O QUE DEU ERRADO?

A defesa está fragilizada. Sofreu 16 gols nesses mesmos jogos, média de 1,7. É verdade que o São Paulo não perdeu mais desde aquela derrota para o Audax, na estreia do Paulistão, mas, ou pelas falhas de Sidão ou por erros individuais como o de Maicon, diante do Mirassol, ou ainda pela falta de combatividade na retomada da bola, o time tem levado muitos gols.

Maicon São Paulo x Mirassol (Foto: Futura Press)
Maicon lamenta erro infantil no empate contra o Mirassol, no Morumbi (Foto: Futura Press)

AS SURPRESAS

Quando planejou o elenco, Ceni imaginou Bruno titular da lateral direita e Buffarini improvisado na esquerda. Mas o jovem Junior Tavares, lateral-esquerdo do time sub-20 em 2016, tem aproveitado cada vez melhor e se tornou dono da posição, causando um rodízio entre Bruno e Buffarini do outro lado.

Luiz Araújo também não seria titular se David Neres tivesse permanecido, ou se Wellington Nem não tivesse se machucado logo na estreia. Mas é outro que aproveitou muito bem essas brechas. Já soma, em 2017, quatro gols e cinco assistências, além de estar participativo nos desarmes.

A venda de Neres possibilitou a contratação de Lucas Pratto, o centroavante dos sonhos de Rogério Ceni e da diretoria, mas o técnico tem até poupado o argentino de alguns jogos em razão da excelente fase de Gilberto. Colocado de lado no ano passado, o centroavante já tem cinco gols no Paulistão e um na Copa do Brasil, é o artilheiro do time no ano.

Gilberto São Paulo (Foto: Marcos Ribolli)
Gilberto tem seis gols e é o maior goleador do São Paulo até aqui na temporada (Foto: Marcos Ribolli)