Menon: Ceni precisa se mirar em Paulo Barros, da Portela

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A Portela, com o tema ”quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar”, é, segundo analistas candidata ao título do carnaval carioca. Como sempre a ousadia do carnavalesco Paulo Barros foi muito elogiada. A comissão de frente tinha passistas vestidos de peixe, subindo uma queda dágua. Representava a piracema. A decisão sai a tarde. Horas depois, o São Paulo de Rogério Ceni enfrenta uma decisão muitíssimo menos complicada. Tem um jogo eliminatório contra o PSTC, do Paraná.

E o que Paulo Barros tem a ver com Rogério Ceni?

Se ganhar hoje, será o quarto título de Barros. Os outros três foram pela Unidos da Tijuca, em 2010, 2012 e 2014. Antes de vencer, porém, ele já era conhecido e, para muitos, o responsável por um novo sopro de renovação no carnaval carioca, após a passagem de Joãosinho Trinta pela Beija Flor.

Não ganhava, mas todo mundo se lembra o carro alegórico do DNA, de 2004 na Tijuca. O nome correto era A Criação da Vida, que trazia uma pirâmide humana com 123 pessoas, pintadas de azul. Movimentos sincronizados imitavam a estrutura de dupla hélice de uma molécula de DNA. Era conhecido também por revolucionar as comissões de frente. Transformou tradição em magia.

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Rogério Ceni dirigiu o São Paulo em sete jogos oficiais. Logicamente não ganhou um título, mas seu trabalho já tem referências com base na ousadia: o gol de Luis Araújo contra o Santos com bola roubada no campo rival, a marcação agressiva quando não tem a bola, a capacidade incrível de chutar. O que parece simples e obrigatório, no seu caso, rompeu os parâmetros. Em seis jogos no Paulista, o São Paulo finalizou 88 vezes, 43 delas no alvo e conseguiu 17 gols.

Já existe um estilo Ceni. É o mais ousado do futebol brasileiro em 2017. Como foi com Paulo Barros, sua ousadia será contestada até conseguir um título.

Vai ser pressionado para isto, vai ser cobrado, afinal o time sofreu 13 gols em seis jogos e ninguém é campeão com uma média tão alta. À medida que o tempo passar, mais dúvidas haverá sobre o trabalho de Ceni.

A resposta deve ser dada no estilo Paulo Barros: Ceni tem de se mostrar fiel às suas convicções. Fazer os acertos necessários. Ou melhora a defesa, ou melhora a recomposição e, em um caso ou em outro, faz com que os erros individuais diminuam… Algo será feito – ele não é bobo – mas os títulos ficarão mais próximos se ele não abdicar de suas ideias. Manter o DNA ofensivo, pelo menos para lembrar o DNA do vice-campeonato da Tijuca em 2004.

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