Atacante argentino diz que São Paulo não sai na frente no clássico por não ter viajado como o rival, que jogou na Argentina. Ele comenta confronto com atacante colombiano
– Os dois jogaram ontem. O dia de viagem é programado, um dia de descanso. A gente também não treinou hoje. E quem não jogou deles também trabalhará, a recuperação é a mesma. A viagem, claro, pode ser mais cansativa, mas não tem nada a ver com o que pode acontecer no sábado – analisou o camisa 14, um dos destaques do time comandado por Rogério Ceni.
Pratto nem bem chegou e já está nos braços da torcida. Também pudera: em quatro jogos, ele marcou quatro gols e deu uma assistência. Todos os tentos foram de cabeça, uma especialidade nova na carreir do argentino de 28 anos.
– Primeira vez que faço tantos gols de cabeça, a maioria era com os pés, mas estou feliz com meu começo. Foi bom para ter confiança, já que não é a mesma precisão para finalizar com os pés. Estou feliz – afirmou Pratto.
Curiosamente, o atacante enfrentará o adversário pelo qual ele teve a chance de atuar. Em busca de um substituto para Gabriel Jesus, o Palmeiras tentou contratar o argentino, mas, com o fracasso nas negociações, acabou fechando com o colombiano Miguel Borja. Pratto prevê um duelo interessante com o centroavante rival, que ainda não tem presença confirmada no clássico.
– Jogos importantes sempre fazem os atacantes aparecerem mais, quem pode fazer diferença. Como Borja, Cueva, Araújo. É de quem joga bem, não de quem chegou agora. Sei de minha responsabilidade se jogar e ele também deve saber as deles. Me motiva porque é um clássico contra um time importante, um rival do São Paulo, por quem eu sinto carinho pela forma como as coisas estão acontecendo. Sempre tratei todos com respeito no Brasil, mas não sei se eles vão me respeitar assim (risos). Se eles me xingarem, respeitarei igual – declarou o argentino.
O São Paulo ainda treina nesta sexta-feira, quando Rogério Ceni definirá o time do clássico. Pratto está confirmado. O duelo no Allianz Parque começa às 16h. Em três jogos no estádio, o Tricolor só perdeu (3 a 0, 4 a 0 e 2 a 1). Hora de quebrar o tabu? Pratto respondeu essa e outras questões na coletiva. Acompanhe:
Artilharia dividida
Não procuro ser artilheiro do ano, do Brasileiro, das copas. Quero ser campeão e ajudar o time. Fico feliz de ver todo mundo fazendo os gols e todos jogando bem, com um rendimento muito bom. É importante ter essa regularidade de time e de atletas, porque é isso que faz um time campeão.
Retrospecto no Allianz Parque
Os clássicos, eu pessoalmente, sempre nos fazem querer ganhar mais. E fora de casa, em um campo que dificulta, ainda mais. São jogos diferentes, muito importantes, mas temos que saber que não vamos ganhar falando, e sim jogando. Temos que ficar concentrados, estudar o Palmeiras e descobrir como ganhar o jogo. E ter uma motivação maior para ganhar as partidas.
Luiz Araújo
A função do centroavante, em geral quando joga-se com três atacantes ou um meia como Cueva, é criar espaço para os jogadores de velocidade fazerem o facão. No começo do jogo vi que eles estavam fazendo uma marcação individual no Cueva e os zagueiros saíam comigo, então essa movimentação dificultou o posicionamento defensivo deles. Criamos muito espaço. O primeiro gol saiu quando eu estava a 20 metros da área praticamente e o Cueva apareceu sozinho. É uma característica que todo centroavante deve fazer e ajuda quem vem dos lados ou de trás.
Mudança de cidade
A diferença não tem tanta, são cidades apaixonadas por futebol. Eu fico em casa, não saio muito. E quando saio as pessoas me cumprimentam como faziam em BH. Obviamente é muito maior aqui, tem mais coisa para fazer, mas não conheço muito.
Time está pronto para dosar gana por gols? Consegue segurar um resultado?
Ontem foi mais pela circunstância de querer fazer o quarto ou o quinto gol para liquidar. E seria justo pelo que foi o jogo. Pressionamos até o final por isso. Depende de cada jogo. Se acontece no sábado de abrir 1 a 0, talvez precisemos nos fechar. Mas fechar não é ficar com dez na nossa área, é administrar a pressão, segurar a bola, deixar a saída do rival. Depende do jogo e do que o técnico pensar. Se Rogério ver que o time está ganhando e pode fazer mais, vamos pressionar.
O que o Palmeiras te ofereceu?
Chegou uma ligação para meu empresário e para o Atlético-MG. Só isso.
Assistiu Barcelona e PSG?
Impressionante o que consegue o Barcelona de Guardiola até hoje. Não tenho palavras. Só posso agradecer a Deus por ser vivo e ver o melhor time de todos os tempos.