Balanço: quem se deu bem, jogou mais, e o que o São Paulo pode fazer nos treinos

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Com duas semanas até voltar a campo, Rogério Ceni tenta reunir o que foi bom em 23 jogos, melhorar o que não deu certo, e deixar equipe mais forte para a Sul-Americana e o Brasileirão

O São Paulo volta a treinar nesta quarta-feira e terá duas semanas até enfrentar o Defensa y Justicia, no dia 11, no Morumbi. Período em que o técnico Rogério Ceni poderá aperfeiçoar o que agradou e retomar o que se perdeu na sequência de 23 jogos disputados até aqui.

A sequência de jogos provocou oscilações individuais e coletivas. Há jogadores que não foram tão bem num contexto geral, mas conquistaram a comissão técnica pela dedicação e disposição de atuar em quaisquer posições. Buffarini, por exemplo, disponível para ser o lateral dos dois lados e incansável nos treinos, participativo na disseminação das ideias, tem seu profissionalismo elogiadíssimo, enquanto Wesley também ganhou aplausos internos.

Veja como podem ser divididos os jogadores em uma espécie de semáforo do Tricolor. Sinal verde para os que tiveram desempenho elogiado, amarelo para os que oscilaram demais e vermelho para os atletas que tiveram um desempenho ruim:

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  (Foto: GloboEsporte.com)

(Foto: GloboEsporte.com)

Apesar das eliminações, terminaram em alta, com desempenho elogiado no clube e boas perspectivas de serem bastante escalados no Brasileirão:

Renan Ribeiro – goleiro
Bruno – lateral-direito
Buffarini – lateral-direito
Maicon – zagueiro
Rodrigo Caio – zagueiro
Lucão – zagueiro
Júnior Tavares – lateral-esquerdo
Jucilei – volante
Thiago Mendes – volante
Araruna – volante
Wesley – volante
Cueva – meia
Thomaz – meia
Pratto – atacante
Gilberto – atacante
Morato – atacante

 (Foto: GloboEsporte.com)  (Foto: GloboEsporte.com)

(Foto: GloboEsporte.com)

Tiveram altos e baixos ao longo de 23 partidas ou têm situação indefinida para o futuro:

Denis – goleiro
Sidão – goleiro
Lugano – zagueiro
João Schmidt – volante
Cícero – volante
Lucas Fernandes – meia
Shaylon – meia
Luiz Araújo – atacante
Wellington Nem – atacante

 (Foto: GloboEsporte.com)  (Foto: GloboEsporte.com)

(Foto: GloboEsporte.com)

Não jogaram bem e precisam dar a volta por cima para ganhar mais chances daqui até o fim do ano:

Douglas – zagueiro
Breno – zagueiro
Wellington – volante
Neilton – atacante
Chavez – atacante

Comissão técnica avalia desempenho dos jogadores dentro e fora de campo (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

Comissão técnica avalia desempenho dos jogadores dentro e fora de campo (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

A torcida pode reclamar de alguns atletas. A comissão técnica valoriza empenho, desempenho, aspectos disciplinares… Lucão, zagueiro que iniciou o ano bastante no vermelho, terminou com saldo positivo, deu ótimas respostas quando exigido. Está mais forte mentalmente, na avaliação de Rogério Ceni.

Por outro lado, Luiz Araújo chegou a ser o maior xodó da torcida nas primeiras rodadas, com gols e assistências a rodo, mas terminou no banco de reservas, preterido por recém-chegados como Morato ou por um time com dois centroavantes, algo que Ceni nem gosta. Sua queda foi acentuada demais.

Outro que piorou nas fases decisivas foi Cícero. Lugano teve algumas boas atuações, mas a diretoria ainda discute se deve renovar seu contrato, que termina no fim de junho.

Na arte acima, uma separação feita pela reportagem, levando em conta o desempenho nos 23 jogos feitos até agora, a importância de cada um para o grupo, tanto no aspecto técnico como no de liderança, e as impressões e reações da comissão técnica.

TÁTICA

Desde o início, o sistema preferido foi o 4-3-3, com um volante de maior proteção à zaga, dois homens de meio-campo alinhados à frente desse mais recuado, dois abertos, mais ofensivos, sendo que um deles na maioria das vezes era Cueva, com liberdade de se mover por todo o gramado, e um centroavante, figura essencial em todas as escalações – juntos, Gilberto, Pratto e Chavez marcaram 20 dos 44 gols da equipe.

 Na maior parte da temporada, São Paulo atuou no 4-3-3 (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Na maior parte da temporada, São Paulo atuou no 4-3-3 (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Houve variações, como um 3-5-2 na Sul-Americana ou um 4-2-3-1 na primeira semifinal do Paulistão, mas na essência de suas escalações, Ceni tentou estabelecer conceitos:

  • Jogar no campo de ataque: a transição foi treinada para que os 11 jogadores ocupassem a metade ofensiva do gramado. Houve êxito, principalmente, quando o volante recuou entre os zagueiros para fazer a saída de bola, e os laterais se adiantaram à linha dos meio-campistas. O São Paulo conseguiu ocupar rapidamente o campo de ataque, mas ao passar das rodadas, os adversários criaram antídotos eficientes para minar a criação tricolor.

Roubar a bola no ataque: desarmar o adversário mais perto da área dele que da sua própria permitiu ao São Paulo fazer muitos gols, especialmente nas primeiras rodadas do Paulistão e da Copa do Brasil. Só que, fisicamente, a sequência de jogos pesou, e a equipe perdeu essa força de recuperação de bola, o que se chama de “perde-pressiona”. Luiz Araújo, fundamental nesse aspecto, minguou.

JOGADORES

Rogério Ceni escalou 32 atletas nas 23 partidas disputadas até agora. Sem qualquer pudor, chegou a mudar mais da metade da equipe de uma rodada para a seguinte, sob alegação de priorizar a parte física de seus principais jogadores. Até o goleiro mudou. Só agora, na reta final, Renan Ribeiro parece ter se estabelecido como titular.

Veja os 10 que mais jogaram:

  • 1º) Júnior Tavares: 21 jogos / 1.819 minutos
    2º) Thiago Mendes: 20 jogos / 1.726 minutos
    3º) Cícero: 20 jogos / 1.673 minutos
    4º) Luiz Araújo: 19 jogos / 1.331 minutos
    5º) Rodrigo Caio: 17 jogos / 1.482 minutos
    6º) João Schmidt: 16 jogos / 1.338 minutos
    7º) Gilberto: 15 jogos / 948 minutos
    8º) Maicon: 14 jogos / 1.239 minutos
    9º) Cueva: 14 jogos / 1.113 minutos
    10º) Jucilei: 14 jogos / 977 minutos

AS METAS

O que a comissão técnica encabeçada por Rogério Ceni pode trabalhar nas próximas semanas, até a equipe voltar a campo?

  1. CUEVA: O jogador que disputou as últimas três partidas parece outro em relação ao que impressionava a cada toque na bola. A questão física abalou demais sua técnica. Com duas semanas de trabalho, sobrará tempo para colocá-lo novamente em condições ideais para fazer, novamente, a diferença em campo.
  2. BOLAS PARADAS: Dos seis gols sofridos nos quatro jogos contra Corinthians e Cruzeiro, quatro foram em bolas paradas: três dos pés de Thiago Neves (uma direta e dois cruzamentos), e um de Jadson. Evitar que a defesa sofra tanto nesse quesito, um problema que se estendeu durante esses quase três meses, e também descobrir um homem tão eficiente quanto Thiago Neves e Jadson para levar perigo ofensivamente, será importante para o São Paulo.
  3. VELOCIDADE: As principais opções neste quesito estão afetadas. Luiz Araújo jogando muito mal e Wellington Nem, outro que não desabrochou, machucado. O reforço só deve voltar a jogar a partir da terceira ou quarta rodadas do Campeonato Brasileiro. A esperança é que Morato e Marcinho, contratados de Ituano e São Bernardo, criem novas alternativas. Mas Rogério Ceni e a diretoria sabem que precisam elevar o nível na posição.
  4. PREPARAÇÃO FÍSICA: O estilo de jogo que Ceni quer para o São Paulo exige intensidade total na recuperação da bola e na manutenção da posse. Com uma partida a cada 3,3 dias, naturalmente, esse quesito sofreu no primeiro semestre. Agora, é a chance de retomar o desempenho das rodadas iniciais.
  5. ALTERNATIVAS: Rogério Ceni terá tempo para, agora que já conhece melhor o que cada jogador pode oferecer em campo, trabalhar novos sistemas táticos. O 3-4-3, por exemplo, é uma ambição antiga que ele ainda não conseguiu pôr em prática.

3 COMENTÁRIOS

  1. concordo com a avaliação do treineiro…precisamos ter paciência, pois trabalho só deverá aparecer no final do ano…imediatista somos todos nós…queremos um time voando para ontem…só no Brasil mesmo…trabalho pelo menos 6 meses para se avaliar se o técnico deva continuar ou não…