Empresário assume o futebol com promessa de disponibilidade total ao clube: ele tem boa relação com Ceni e R$ 21 milhões a receber do São Paulo pela compra de Centurión
Vinicius Pinotti, diretor de marketing do São Paulo, será o executivo de futebol na gestão que se iniciou na noite da última terça-feira, com a vitória de Carlos Augusto de Barros Silva sobre José Eduardo Mesquita Pimenta na eleição presidencial. O nome será oficializado nos próximos dias. O cargo está vago desde a saída de Marco Aurélio Cunha, em janeiro.
No discurso de posse, Leco deu uma pista de que Pinotti teria participação maior em seu novo mandato. Ao citar nominalmente inúmeros apoiadores da campanha, disse que o empresário havia se colocado à disposição integral do clube a partir daquele momento.
Pinotti e sua família são acionistas da Natura, empresa de cosméticos. O próximo homem-forte do futebol do São Paulo deixará os negócios pessoais nas mãos do irmão para ter a disponibilidade que o novo estatuto exige para um cargo remunerado como o dele.
O departamento provavelmente terá alguns adjuntos, já que o conceito é de ser inviável tocar sozinho todos os assuntos do futebol.
O advogado Alexandre Pássaro, por exemplo, que desde o fim do ano passado toca as negociações e participa ativamente da administração do futebol, deve continuar colaborando de perto.
Pinotti, assim como Pássaro, tem boa relação com Rogério Ceni. O então diretor de marketing foi quem aproximou Ceni e Leco nas primeiras conversas para que o ex-goleiro se tornasse técnico, em julho do ano passado.
Pinotti entrou no São Paulo, no marketing, ainda na gestão de Carlos Miguel Aidar, que renunciou em outubro de 2015, acusado de corrupção.
O gesto mais polêmico de Pinotti foi bancar a contratação do atacante Centurión, por 4 milhões de euros. O argentino jamais emplacou na equipe, mas hoje encanta torcida e diretoria do Boca Juniors, onde atua por empréstimo desde 2016.
Pela contratação do jogador, o São Paulo deve a Pinotti cerca de R$ 21 milhões.