Clubes da Série A assinaram um termo de autorização para que a CBF avance na implantação do projeto de internacionalização do Brasileirão, podendo negociar os direitos internacionais da competição. Ainda não houve 100% de adesão dos clubes porque alguns pediram um tempo para análise dos respectivos departamentos jurídicos.
O documento foi o desfecho da reunião na entidade que contou com apresentação de um consultor inglês, da Globo e de Marcelo Campos Pinto, ex-executivo da emissora. No encontro, foi apresentado um panorama a respeito dos métodos de internacionalização praticados pelas grandes competições ao redor do mundo.
O plano da CBF é trazer mais receita, aproveitando contatos criados pelas conversas para venda dos direitos da Seleção Brasileira. Novas reuniões estão previstas para o período de aproximadamente 20 dias. A CBF tem como alvos os mercados da China, do Oriente Médio (por meio do Qatar) e da Rússia.
– Foi uma autorização para que a CBF possa negociar em nome dos clubes, com anuência deles. Precisamos reunir de novo com os clubes para fecharmos a estratégia. Como priorizar os mercados, porque cada mercado tem sua peculiaridade. A China é de um jeito, os Estados Unidos são de outro. Vamos ver se nos próximos 20 dias vamos nos reunir. Precisamos uniformizar a interpretação para montar a estratégia, porque isso é muito novo para o mercado brasileiro – disse o diretor de assuntos internacionais da CBF, o deputado federal Vicente Cândido.
Na visão do parlamentar/diretor, é preciso correr para compensar o tempo de estagnação em termos de internacionalização.
– Quem cuidou disso até agora foi a Globo. O Clube dos 13 tentou uma experiência que não deu certo. A conclusão é que perdemos mercado e estamos uns 20 anos atrasados nesse processo. O que nos ajudou nesse período foi a Copa do Mundo, que nos deu estádios nos quais podemos vender um espetáculo de um bom padrão. Mas estamos atrasados. A Premier League está lá na frente. Assina com chineses contrato de US$ 700 milhões por três anos. La Liga vai e pega US$ 50 milhões por ano – emendou Vicente Cândido.
Relatos de quem participou dão conta da sugestão para que os clubes também invistam pensando no público que usa a internet. Há estatísticas de migração do pay-pay-view para os serviços web e mobile.
– A CBF quis uma anuência dos clubes para que tenha cacife para fazer. Se ficar fazendo individualmente, vai demorar. Assinamos o documento para que ela caminhe nesse sentido. A CBF tem o melhor caminho, os dados na mão, está investigando isso há um tempo. Ficou a convicção de que esse passo vai se dar de forma conjunta. Não pode ser individualizado. As coisas na Europa já estão bem definidas. Isso é uma referência para o Brasil. Vamos observar o que eles fizeram. Erros que eles cometeram não vamos cometer – comentou o presidente do Vitória, Ivã Almeida.