Conheça um pouco mais sobre Jr. Tavares, atleta que mais atuou em 2017

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Presente em 23 dos 25 jogos, lateral revela infância difícil em Porto Alegre e sacrifício dos pais pelo seu sonho

Érico Leonan – Site Oficial

2017.posado

Atleta são-paulino que mais atuou na temporada, presente em 23 dos 25 jogos do Tricolor em 2017, Junior Tavares tem um início meteórico com o técnico Rogério Ceni. Promovido ao elenco principal no começo do ano, o camisa 22 rapidamente conquistou a confiança do treinador e se firmou na lateral esquerda. Para chegar até aqui, porém, o jogador de 20 anos não teve vida fácil. A infância difícil em Porto Alegre marcou o início de trajetória do atleta, que conta a sua história ao site oficial do clube e é o segundo personagem na série de perfis.

“Minha família tinha pouco dinheiro, morava muita gente na minha casa e tive que correr atrás do meu sonho desde cedo. Meus pais perderam o emprego para que eu pudesse realizar as peneiras nas categorias de base do Grêmio e do Internacional, porque eles me acompanhavam e tinham que faltar no trabalho”, recorda Tavares, que ainda na infância teve que encarar a separação dos pais.

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Filho de pai segurança – ex-jogador do Grêmio – e mãe vendedora de loja, Carlos Eugenio Júnior Tavares dos Santos teve que amadurecer rapidamente para não desviar o foco do futebol. “Hoje vejo que tudo valeu a pena, mas foi difícil. Encarei a separação dos meus pais, que não foi fácil na época, e agora compreendo melhor esta situação. Eles se dão bem hoje em dia e me ajudam bastante. Além disso, passei por muitos momentos que me marcaram bastante”, afirma.

Pai aos 17 anos de idade, quando começava a sua trajetória no elenco profissional do Grêmio, o lateral-esquerdo conta que muitos amigos se perderam ao optarem por escolhas erradas na vida. “Vim de uma comunidade e perdi muitos amigos: alguns para as drogas, outros para o tráfico. Muitos morreram. Mas tenho amigos que saíram desta vida e tentei ajudar com conselhos. Minha família sempre me orientou e isso foi fundamental, porque infelizmente acontece este tipo de coisa em comunidades carentes”, diz.

O ‘jeito durão’, com cara fechada e corpo tatuado, contrasta com o lado afetivo pelo filho Caio, de três anos. “Aos 17 anos já era pai. Então tive que amadurecer e hoje percebo que isso foi importante, porque mudei a minha cabeça e me aproximei ainda mais dos meus familiares. Amo o meu filho e faço tudo por ele. Trabalho todos os dias e honro as cores do clube para garantir um futuro digno para ele”, acrescenta o ala, que é filho de um ex-ponta direita do Grêmio.

“Meu pai (Carlos Eugênio) jogou no Grêmio entre os anos 80 e 90. Treinou entre os profissionais, naquele time que tinha o Assis (irmão de Ronaldinho Gaúcho), mas largou o futebol quando conheceu a minha mãe”, revela o jogador, que não esconde a sua admiração pelo companheiro Rodrigo Caio e que tem crescido cada vez mais sob o comando de Rogério Ceni. “Evoluí bastante e escuto bastante os conselhos do Rogério. Busco crescer cada vez mais profissionalmente e trabalho sério atrás disso”, finaliza Junior, que é fã de Chris Brown e realizou um sonho de infância ao ouvir o seu nome gritado pela torcida tricolor na goleada sobre a Ponte Preta (5 x 2), no Morumbi, com mais de 50 mil nas arquibancadas.