Zagueiro lembra de craque argentino ao citar importância do técnico para a equipe, pede trabalho ao São Paulo para sair de mau momento e se nega a falar sobre renovação durante crise
O São Paulo continua dando voz aos seus líderes no mau momento que passa na temporada. Depois do novo capitão Lucas Pratto, de Rodrigo Caio e Jucilei, além de Cícero, para explicar o “caso prancheta”, foi o zagueiro Lugano quem deu entrevista na manhã desta quinta-feira, antes do treino da equipe no CT da Barra Funda.
Mesmo com poucos minutos em campo na temporada, o uruguaio, ídolo da torcida por sua passagem vitoriosa entre 2003 e 2006, elogiou o técnico Rogério Ceni, que recebeu críticas depois das eliminações na Copa do Brasil, no Paulistão e, principalmente, na Copa Sul-Americana.
– Todo mundo aqui dentro conhece o Rogério. Ele tem uma metodologia de trabalho moderna, é exigente com os jogadores. É honesto, frontal, o que era como jogador, um cara que mesmo na hora ruim protege o atleta. De repente, valoriza-se treinadores que colocam jogadores para escanteio. O Rogério tem muitas qualidades – disse o zagueiro, que comparou a presença do técnico, maior vencedor da história tricolor, à do ex-meia Diego Maradona quando treinou a seleção da Argentina.
– Acho que a figura dele faz muito bem ao futebol, tudo gira em torno dele. O Rogério é amado ou odiado. Tem muita gente que espera o Rogério fracassar. Ele é uma figura importante do futebol mundial. A figura dele para nós jogadores é muito importante, toma toda a atenção, assim como era com o Maradona na seleção argentina.
Aos 36 anos e com o contrato atual vencendo no fim de junho, Lugano foi obviamente questionado sobre renovação, mas não quis falar sobre o assunto, arrastado pela diretoria do São Paulo.
– Não é momento para falar de mim, há uma situação coletiva mais importante. Seria egoísmo da minha parte querer resolver isso agora. Temos que nos unir para sairmos dessa situação. Isso é o mais importante agora – afirmou Lugano.
Assim como Rodrigo Caio falou no início da semana, o uruguaio também acredita que uma vitória sobre o Avaí, na segunda-feira, no Morumbi, pode começar a mudar a energia ruim que abateu a equipe nas últimas semanas. Mas para vencer, ele pede melhorias em vários aspectos, e admite que falta algo à equipe, apesar dos bons jogadores.
– É o momento de apanhar, fechar a boca, escutar e trabalhar. Tratar de melhorar, ser autocrítico, saber que o resultado não está bom. Algo está faltando. O futebol se resolve dentro dos 90 minutos e, obviamente, estamos falhando, embora não esteja faltando vontade e dedicação. Todos aqui são profissionais. Nesse momento, a autocrítica é fundamental.
O São Paulo treina ainda na manhã desta quinta, e só a primeira parte será aberta à imprensa.