Nomeado diretor de futebol, Vinícius Pinotti adota postura mais firme para combater crise e, apesar de apoio total a Rogério Ceni, exige melhor desempenho, com direito a papo com Cueva
Em meio à má fase do São Paulo, que envolve eliminações e o vazamento de fatos de vestiário, algo que incomodou profundamente os jogadores no caso do quadro chutado por Rogério Ceni no intervalo da semifinal do Paulistão, começa a atuar no CT da Barra Funda o novo homem-forte do futebol: Vinícius Pinotti.
Alavancado do marketing ao departamento mais cobiçado do clube, Pinotti assume no momento mais complicado do ano, seguinte às quedas na Copa do Brasil, Paulistão e Sul-Americana. Até por isso, inicia sua trajetória como um “chefe duro”, baseado em relatos elogiosos de pessoas que vivem o ambiente do centro de treinamento.
Explica-se: havia o temor de que Pinotti fosse apenas um “parceirão” de Ceni, já que possui relação próxima com o técnico, tendo sido inclusive o responsável por aproximá-lo do presidente Leco em julho do ano passado, e dar consistência à ideia de o ídolo assumir o comando do time.
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Vinicius Pinotti é diretor de futebol do São Paulo há 10 dias (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
Não é o que indicam seus primeiros gestos. Pinotti é completamente favorável a Ceni – nem passa por sua cabeça uma troca no comando. Pelo contrário. O conceito implantado pelo técnico é visto com bons olhos e a determinação no clube é apostar todas as fichas nele. Isso vem, inclusive, do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva.
Mas as cobranças ao técnico, sua comissão e aos jogadores são notadas. O dirigente se apresentou como chefe e exigiu evolução em todos os sentidos: resultados, preparação física – o número de lesões causa desconforto – e desempenho.
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Pinotti já teve conversas com o técnico Rogério Ceni e o meia Cueva (Foto: Marcelo Hazan)
Na reunião da última segunda-feira, o Conselho de Administração chegou a manifestar preocupação por ter um técnico e um diretor de futebol inexperientes em seus respectivos cargos, mas declarou apoio a ambos.
Cueva, considerado principal jogador da equipe, por exemplo, já foi chamado por Pinotti para uma conversa. O diretor o indagou sobre comprometimento com a equipe e sua queda de rendimento depois da lesão sofrida na seleção peruana. No primeiro semestre, o São Paulo renovou o contrato do meia, com direito a aumento salarial.
Pinotti também vai assumir a dianteira de negociações. Ceni continua participando do processo de escolha dos reforços, com muita base nas indicações do departamento de análise. Alexandre Pássaro, advogado que toca negociações desde a saída de Gustavo Vieira de Oliveira, no ano passado, continuará por perto, mas agora com um chefe na área. Ele também tem boa relação pessoal com o técnico.
Nos últimos dias, o novo chefe também fez reuniões em Cotia. As categorias de base estão sob sua responsabilidade, parte de um plano para ampliar a integração entre os centros de treinamento.
O departamento de futebol também continua servindo para Leco fazer alguns agrados. Três conselheiros de sua base de apoio atuam como se fossem adjuntos: José Alexandre Medicis, Fernando Bracalle Ambrogi, o Chapecó, e José Carlos Ferreira Alves.