O jovem William Camargo, 18 anos, fechou acordo para defender o time B do Leganés (ESP). O pequeno clube de Madri disputa em 2017 (com sua equipe A) a primeira divisão do Campeonato Espanhol pela primeira vez em seus 88 anos de história. E luta para não ser rebaixado.
O acordo vem pouco depois de o atleta, então uma das promessas da base do São Paulo, deixar o clube tricolor após briga por conta de aumento salarial.
Já o pai, Carlos Camargo, apontou que o atleta selou um vínculo de cinco anos de duração, até 2022.
“Ele está lá desde o dia 11 de março. E está gostando, se adaptou bem e falava fluentemente espanhol já. Ele fechou com o time B do Leganés. O contrato é renovável a cada ano. São cinco anos, a cada temporada faz uma renovação”, explicou o pai.
William deixou o São Paulo por volta do dia 7 de março por desentendimento de seu pai com a diretoria, que rejeitou aumentar os ganhos do atleta.
Segundo fontes disseram à reportagem, o pai queria um aumento salarial que iria de R$ 4 mil para cerca de R$ 10 mil, além de luvas na assinatura na casa dos R$ 100 mil. Carlos Camargo negou os valores.
“A gente pretendia continuar, mas não teve acordo. O diretor da base, que é o Rodolfo, encaminhou a renovação, mas iria manter o William como atleta da base por mais um ano e com o mesmo salário. Eu disse a ele que a gente tinha um acordo desde a última diretoria que era para profissionalizar meu filho. Ele já tem 18 anos”, relatou o pai, em conversa com a reportagem em março.
“Se não fosse aproveitado, pelo menos poderia ser emprestado, aproveitado em outra equipe. Mas ele não aceitou. Disse que era isso que tinha para oferecer e se eu não quisesse poderia procurar outra coisa. Disse que para assinar como profissional meu filho tinha de provar. Poxa, provar mais o que? Ele está no São Paulo desde os oito anos. Passou por todas as categorias. Acho que era justo”, continuou, na ocasião, Carlos Camargo.
Em março, o ESPN.com.brnoticiou que a saída do atleta aparentemente foi conturbada. A reportagem conversou com membros da base, que disseram que o jogador, contra a sua vontade, arrumou suas coisas de repente e então deixou o clube, por ordem do pai, que por sua vez negou qualquer litígio no momento da despedida.
“Meu filho deixou o São Paulo numa terça. Foi tudo tranquilo na saída dele. O pessoal até ligou para avisar que ele iria sair, que estaria na portaria. Ele foi para a casa de uma tia dele que mora perto do CT. O contrato dele de formação terminou dia 27/2. Já o de federado terminou no último dia 3. A gente ficou fevereiro tentando a renovação”, afirmou o pai, também em março.
Na ocasião, William Camargo foi o terceiro nome de sua categoria a ir embora do clube nos últimos dias, já que Augusto foi vendido ao Real Madrid por R$ 9,6 milhões (30% do São Paulo) e João Kiefer assinou com o Grêmio.
