Entenda o processo que pode transformar o futebol do São Paulo em empresa

Previsto no novo estatuto, estudo tem de ser entregue até maio do ano que vem e pode recomendar a constituição de uma empresa para administrar o futebol tricolor a partir de 2019

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Em curso, o processo de separação do futebol do São Paulo das demais atividades do clube pode durar até março de 2019. É que, além da recomendação da dupla nomeada para estudá-lo, ele terá de ser aprovado por três conselhos diferentes e pela maioria de associados numa assembleia.

O primeiro passo, dado na semana passada pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, foi a nomeação do conselheiro José Francisco Manssur e do sócio Rodrigo Rocha Monteiro de Castro para elaborar um estudo sobre essa separação. Os dois, que são voluntários e não têm qualquer remuneração pelo serviço, têm até maio de 2018 para entregar o material.

Uma das grandes questões do processo é determinar com quem ficariam ativos como, por exemplo, o estádio do Morumbi e os centros de treinamento de Cotia e da Barra Funda, uma vez que eles estão diretamente ligados ao futebol.

Estudo deve apontar com quem fica o Morumbi caso São Paulo separe futebol e clube (Foto: Marcos Ribolli)
Estudo deve apontar com quem fica o Morumbi caso São Paulo separe futebol e clube (Foto: Marcos Ribolli)

O novo estatuto, que também será adaptado caso a separação seja aprovada, exige que qualquer sociedade empresária constituída para gerir o futebol tenha o próprio São Paulo sempre como sócio majoritário, com maioria de votos e poder de eleger a maioria dos administradores.

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Avaliar a possibilidade de separar o futebol das outras áreas do São Paulo é uma determinação do novo documento que rege o clube, aprovado no fim do ano passado, assim como as seguintes etapas:

  1. Entregar o estudo a Leco até maio de 2018.
  2. Em no máximo 30 dias, Leco deverá encaminhar o estudo ao Conselho de Administração, recomendando ou não a separação.
  3. O Conselho de Administração terá mais 30 dias para debater o estudo e a opinião do presidente, e encaminhá-las aos Conselhos Consultivo e Deliberativo.
  4. O Conselho Consultivo terá que enviar sua recomendação ao Deliberativo em no máximo 30 dias.
  5. Mais uma vez no prazo de 30 dias, o Conselho Deliberativo vai deliberar sobre a recomendação recebida.
  6. Caso a separação seja recomendada pelo Conselho Deliberativo, seu presidente, Marcelo Abranches Pupo Barboza, terá 60 dias para convocar Assembleia Geral de sócios.
  7. Antes da Assembleia, Leco terá de promover entre duas e quatro sessões para que especialistas esclareçam dúvidas dos sócios.
  8. Se a Assembleia aprovar a separação, Leco terá 90 dias para elaborar um plano de execução da separação, e depois mais 30 para dar início a ela.

Se todos os prazos forem esticados aos seus limites, o início prático da separação do futebol do São Paulo do restante do clube se daria em março de 2019.

Nas próximas semanas, o Conselho de Administração, órgão que auxilia na gestão tricolor, terá de nomear um Comitê Especial, composto por três pessoas que não façam parte da diretoria, para acompanhar os estudos de Manssur e Castro e elaborar relatórios mensais sobre eles.

Os autores dos estudos têm experiência na área. Eles já publicaram dois livros sobre o assunto: “Futebol, Mercado e Estado” e “Sociedade Anônima do Futebol”. Agora, colocarão em prática todo o material teórico na prática ao avaliar se a separação será benéfica ou não ao São Paulo.