Marcinho chegou ao São Paulo como um ilustre desconhecido da torcida e hoje é peça fixa no time titular de Rogério Ceni. Ele faz parte do grupo de cinco titulares em todas partidas do Brasileirão: Marcinho, Renan Ribeiro, Jucilei, Junior Tavares e Pratto. O dado dá a dimensão da importância do jogador para o comandante.
Mas a relação entre Ceni e Marcinho vai além. O atleta é uma espécie de xodó do técnico. Explica-se: Rogério pediu pessoalmente a contratação do jogador ex-São Bernardo, após avaliar seu desempenho no Paulistão e enfrentá-lo na rodada final da primeira fase do estadual, competição em que a antiga equipe do atleta de 22 anos foi rebaixada.
– Eu escolhi pessoalmente. Liguei para o técnico do São Bernardo e colhi informações. Foi a escolha mais particular de todas. É bom jogador, tem ótimo caráter e vem nos ajudando, fazendo funções diferentes. Gosto dele na última linha ofensiva, mas não tenho ninguém para atuar na ala. Ele vem colaborando bastante. Cravaria quase que 100% que o São Paulo deveria comprá-lo. É um investimento bacana – disse Ceni.
O pedido pela compra de Marcinho é porque o atacante está emprestado até o fim do ano. O Tricolor tem a opção de aquirir os direitos do jogador: cerca de R$ 1,5 milhão por 50% dos direitos econômicos, investimento que provavelmente será feito.
Rapidamente adaptado, Marcinho mostra não sentir o peso de jogar a primeira Série A de Brasileirão, defendendo um clube como o São Paulo.
– Tem de ter a cabeça boa. Primeira Série A, algo muito grande, mas tem de dar o melhor. Não posso deixar cair e preciso manter a regularidade. O Rogério está dando confiança, então tenho de retribuir a todos. É uma camisa grande, mas todos passaram confiança: Rogério, jogadores e torcida. Isso é muito importante. Dá mais tranquilidade, mas também sabendo que a pressão é grande. Se for mal todos vão falar. O São Paulo tem de ter essa pressão mesmo, por ser muito grande. Tem de agarrar jogo a jogo. Futebol muda do dia para noite. Não pode deixar cair – disse Marcinho.
Apesar de não sentir o peso de vestir a camisa tricolor, Marcinho admite surpresa pela rápida adaptação e pela forma como as coisas estão acontecendo. O objetivo, agora, é se firmar a cada dia e, na próxima oportunidade fora de casa, vencer pela primeira vez como visitante. O primeiro ponto longe do Morumbi foi conquistado com empate sem gols diante do Sport, nesta quarta-feira, na Ilha do Retiro.
– A gente tenta. Às vezes a bola bate na trave, ou o goleiro pega. Tenho certeza de que essa zica vai sair daqui para frente e vamos poder ganhar fora de casa.
O próximo compromisso do São Paulo é contra o Atlético-MG, às 16h (de Brasília) de domingo, no Morumbi.