Raí: mudança no São Paulo passa por admitir que não é mais modelo de gestão

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Membro do Conselho de Administração reconhece que Tricolor ficou para trás. Ele se diz chateado por momento dentro de campo, mas crê que novo estatuto recolocará clube no caminho certo

Raí deixou de ser apenas ídolo do São Paulo para participar ativamente da administração do clube. Desde abril ele faz parte do Conselho de Administração, órgão formado por presidente (Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco), vice (Roberto Natel) e mais sete integrantes, entre eles o ex-jogador do Tricolor.

Nesta terça-feira, no evento da ONG atletas pelo Brasil, da qual Rai é presidente, ele comentou sobre o momento do São Paulo dentro e fora de campo. Na sua visão, a administração interfere diretamente no resultado esportivo.

– A primeira coisa para mudança é assumir: o São Paulo deixou de ser modelo. Sempre esteve à frente na gestão e tem de reconhecer que não é mais o caso há algum tempo. Claro que tem boas ideias pontuais, mas o São Paulo sempre foi no geral. É analisar porque deixou de ser e assumir que não é. Hoje essa é a grande diferença. Tem tudo para voltar a ser. É uma questão de vontade: interna, política e de mobilização dos são-paulinos.

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Raí, ídolo do São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Raí, ídolo do São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Após três reuniões do Conselho de Administração, o agora dirigente disse que é preciso ter tempo e paciência para os resultados voltarem a aparecer. Ele se disse triste com o momento da equipe, há cinco jogos sem vencer e a um ponto da zona de rebaixamento do Brasileirão. Mas mostrou confiança na recuperação.

– Situação de pontos é claro que é preocupante esportivamente. Mas tenho plena confiança no grupo e em quem está à frente dele. O São Paulo passou por uma mudança de estatuto importantíssima. É algo novo. Os diretores são profissionais e 100% dedicados. Então o São Paulo está passando por uma transformação muito mais profunda do que quatro ou cinco jogos sem resultado. Isso precisa de tempo e obviamente que o resultado ajuda. Se o São Paulo continuar honrando o compromisso assumido pelo Conselho Deliberativo e assembleia geral, com o novo estatuto de profissionalização da gestão do futebol, terá ótimos resultados – afirmou Raí.

Veja o que mais Raí falou no evento sobre o São Paulo:

– Momentos difíceis são naturais, todos clubes passam. O que acontece hoje não é resultado de janeiro para cá, mas de vários anos. Houve turbulências e coisas foram mal feitas. O clube reconhece isso. Esse novo estatuto tenta colocar o São Paulo em um novo momento. Vamos esperar os resultados, eles vão vir. A grandeza do São Paulo vai passar por voltar a ser pioneiro: na gestão, com boas ideias e inovação. Tem de vir o mais rápido possível. Dentro de campo nem sempre é fácil. Mas não tenho grandes preocupações, sei que vai voltar o melhor momento. Claro que fico chateado, mas vai voltar o bom momento. Mas fora de campo é muito importante: reflete dentro de campo. Todos esses anos foram difíceis para o São Paulo e agora está com vontade de ser diferente. Vamos ver se vai acontecer na prática.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: COMO É SEU TRABALHO?

– O novo estatuto criou o Conselho de Administração: são nove pessoas, com presidente e vice. Há três conselheiros independentes, conselheiros que representam o Deliberativo. É um conselho que se reúne por questões estratégicas. Não estou no dia a dia do clube, não opino sobre futebol. Estou ali para pensar em decisões estratégicas para o clube. Quero colaborar com ideias para o São Paulo voltar a ser grande em todos os sentidos. A parte esportiva é consequente disso também. Há o Conselho de Administração e os diretores executivos do dia a dia. O Conselho também tem o papel de acompanhar, cobrar o plano de ação e ver se os resultados esperados estão acontecendo. É um grupo estratégico e que vai dar sua colaboração. Fizemos três reuniões apenas, vamos ter a quarta agora. E esperamos colaborar com a gestão e com o presidente para mudar toda essa situação.

TRABALHO DO ROGÉRIO CENI: PODE FALAR COMO TORCEDOR?

– Hoje sou conselheiro, ocupo um cargo. Meu trabalho é colaborar nessa visão macro. Quando deixar de ser do Conselho, volto a ser torcedor. Quando busca profissionalização tem de deixar o lado torcedor publicamente.

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