Abel Braga critica demissão de Ceni e lembra Fernandão ao contar “alerta”

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Treinador do Fluminense diz ter aconselhado ídolo colorado a não treinar clube, em 2012, e revela ter conversado rapidamente sobre assunto com ex-goleiro são-paulino

Por SporTV.com

Rogério Ceni São Paulo (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

A 11ª rodada do Campeonato Brasileiro fechou na segunda-feira, com o empate em 3 a 3 entre Fluminense e Chapecoense, mas o grande assunto no dia no futebol foi a saída do ídolo Rogério Ceni do São Paulo, demitido pelo clube. O técnico Abel Braga, do Fluminense, também entrou no assunto ao ser questionado após o empate em Mesquita e lamentou a decisão do Tricolor Paulista. O treinador contou ter lembrado de Fernandão ao ver Ceni no cargo e que chegou a “alertar” o ex-goleiro.

– Não sou adepto de demitir treinador. O que falei com ele inclusive, ele foi me cumprimentar antes do jogo contra o São Paulo, e fiz um comentário para ele que tinha feito ao meu grande amigo e inesquecível Fernandão: que ele tinha acertado início do ano (em 2012) como diretor executivo (do Internacional) e depois me ligou que naquela noite foi demitido o Dorival e tinham o chamado para ser treinador. Falei para ele o seguinte: a partir do momento que você pegar como treinador, acho que você não deveria fazer isso, o ídolo chega um momento que não vier resultado ele é esquecido. Brinquei com Ceni domingo passado e disse para ele: ídolo é complicado, ele ficou embaixo dos paus. Aqui é muito mais complicado, mas desejo sorte – disse.

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Na ocasião citada por Abel, Fernandão (que faleceu em 2014) resolveu aceitar o convite feito pela direção colorada. O ídolo foi demitido após 122 no cargo, chorou muito na despedida e deixou o clube magoado. Para o treinador do Flu, a demissão de Ceni é mais uma exemplo da falta de seriedade do futebol brasileiro e o que definiu como uma “imbecilidade”.

– Acho o seguinte: se houve a escolha, se privilegiou muita coisa em relação ao Ceni, um cara correto, um cara ídolo, venerado pelo torcedor. Isso prova que as coisas nunca são feitas com seriedade. Será que essa mudança, essa saída de 20 jogadores, chegada de 15, 16, sei lá quantos, será que ninguém levantou o dedo para dizer “eu estou errado”? O errado é sempre o treinador. Não sou adepto disso, não. A gente tem a mania de fizer que faz parte da cultura. Não, isso faz grande de uma grande imbecilidade que se vive dentro do futebol brasileiro – criticou.

Ainda que tenha destacado o “agravante” de tratar-se de um ídolo, Abel partiu em defesa não apenas de Ceni, mas dos técnicos de maneira geral. Para o comandante do tricolor carioca, fica mais fácil responsabilizar os treinadores, no entanto, não se leva em consideração a dificuldade de se trabalhar na função, especialmente no apertado calendário brasileiro.

– Não é justo ele, não é justo (com) ninguém. Nesse campeonato louco, com a dimensão do nosso país, você não treina. Você treina em avião, ônibus, falando no ouvido do jogador, cuidado com esse cara, com isso, com aquilo. Aí você tem um jogo na segunda… agora vamos ter uma semana livre. A primeira coisa que fiz é que amanhã (terça) é folga geral. Roupeiro não tem folga, jogador, comissão técnica, massagista… então vamos ter 24h para ir ao banco pagar as contas. Tenho conta para pagar e não consigo ir ao banco – disse.

Sétimo colocado no Campeonato Brasileiro (confira a tabela), o Fluminense volta a jogar no próximo domingo, às 16h, quando encara o Bahia na Fonte Nova, em Salvador.

2 COMENTÁRIOS

  1. Quero saber quando nosso digníssimo presidente vai falar, quando ele vai explicar pro torcedor, o porque mudou de ideia em 02 dias.
    O Pinotti deu o pinote, não fala ao torcedor o que ocorreu e qual o seu critério para administrar o futebol do SPFC.