O São Paulo terá, a partir desta segunda-feira, um novo cérebro no comando do time. Dorival Júnior dará início ao seu primeiro trabalho no clube do Morumbi com impressões negativas e positivas do que deve ter visto da derrota por 3 a 2 para o Santos, na Vila Belmiro, pela 12ª rodada do Brasileiro.
O treinador, anunciado na última quarta-feira, só não pegou o time nas mãos imediatamente porque tinha questões pessoais a tratar. Diante do Peixe, o auxiliar Pintado comandou interinamente a equipe. Daí a dificuldade em se traçar um perfil do “novo” São Paulo, depois de tantas saídas e chegadas de peças ao elenco no decorrer da temporada. Mas, do que Dorival acompanhou pela TV, ficam alguns aspectos a serem analisados:
- Defesa ainda precisa de (muitos) ajustes
O time foi vazado três vezes por Copete e parecia apático durante todo o primeiro tempo. Mesmo sem forçar, o Santos chegou como quis à grande área e abriu o placar com o colombiano, aos 43 minutos, graças a uma falha individual do goleiro Renan Ribeiro. Por outro lado, o equatoriano Arboleda mostrou que chegou para ser titular. Além de ir bem na marcação, deu novo sinal de que é oportunista na frente. Na sua despedida da Universidad Católica de Quito, fez um gol de cabeça. Na primeira vez com a camisa são-paulina, usou o pé para marcar o segundo gol do time. A Dorival, um dado importante: em 36 partidas oficiais no ano, o Tricolor levou dois ou mais gols em 13. É muita coisa…
Os gols de Santos 3 x 2 São Paulo pela 12ª rodada do Brasileirão
- Ataque, ainda desentrosado, não se comunica
Um dos setores nos quais Dorival terá mais dor de cabeça é o ofensivo. Petros e Jonatan Gomez acabaram de chegar e, nitidamente, precisam de entrosamento com os demais companheiros. Na Vila, por exemplo, Marcinho e Denilson não se entenderam com o restante do ataque e acabaram sacados no segundo tempo. Chamou a atenção, aliás, uma bronca que o estreante Gomez deu em Denilson durante a etapa inicial, após mais uma enfiada de bola equivocada do jogador – um dos que mais erraram passes no jogo (três). Mas o pior, mesmo, é ter o principal jogador de frente, Lucas Pratto, na esteira da má fase generalizada da equipe. Há sete jogos sem marcar, o argentino briga, reclama, mas segue sem companhia. Dorival precisa achar um parceiro para o gringo.
/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2017/07/10/campinho_1.png "Ataque do São Paulo não funcionou na Vila e estreante Gomez ficou sem opção (Foto: GloboEsporte.com)")
Ataque do São Paulo não funcionou na Vila e estreante Gomez ficou sem opção (Foto: GloboEsporte.com)
- Poder de reação, enfim, com jogadores do banco
Algo positivo que Dorival poderá utilizar como combustível para uma tentativa de deixar a má fase para trás foi a reação da equipe no segundo tempo, destacada por Pintado após o jogo. Na rodada anterior, por exemplo, o time quase não pressionou o Flamengo na derrota por 2 a 0. Na Baixada, não que a vitória do Peixe tenha sido seriamente ameaçada, até porque o segundo gol tricolor veio já aos 41 minutos da etapa final. Mas quem saiu do banco de reservas entrou querendo mostrar serviço e pode movimentar a competição interna no elenco. Lucas Fernandes, aliás, vem pedindo passagem na formação titular.
A missão do novo treinador começa contra o pior time da competição, o Atlético-GO, na próxima quinta-feira, no Morumbi. Será o teste perfeito para o São Paulo de Dorival.
