São Paulo muda estratégia em contrato com Dorival Júnior; entenda

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Novo treinador assinou até dezembro de 2018 e receberá dois meses de salários como multa, em caso de demissão. Acordo com Rogério Ceni previa indenização condicionada ao desempenho

Presidente do São Paulo, Leco escolheu Dorival para substituir Ceni (Foto: Uriel Punk/Futura Press)

O São Paulo mudou de estratégia para acertar o contrato de Dorival Júnior, em relação ao vínculo anterior, firmado com Rogério Ceni. Os dois assinaram pelo mesmo período: até dezembro de 2018. Mas a cláusula de multa rescisória é diferente.

O acordo do Tricolor com o novo comandante prevê pagamento de dois meses de salários, em caso de demissão. Já a multa do ídolo, desligado na última segunda-feira, era de R$ 5 milhões na primeira temporada (valor agora devido a Rogério) e caía para R$ 2,5 milhões no segundo ano. O pagamento da indenização também estava condicionado ao aproveitamento do técnico. A meta estipulada, sugerida pelo próprio Ceni, era a média dos aproveitamentos de Juan Carlos Osorio (51%), Edgardo Bauza (46,5%) e Ricardo Gomes (42,5%), ou seja, 46,7%. Como saiu com 49,5%, teve direito à verba indenizatória.

O caso de Ceni foi atípico por se tratar de um ídolo e em começo de carreira. Com ele, o São Paulo abriu mão da tradição de não incluir multas nos contratos recentes com seus treinadores.

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  Dorival Junior assinou com o São Paulo até dezembro de 2018 (Foto: Marcos Ribolli)

Dorival Junior assinou com o São Paulo até dezembro de 2018 (Foto: Marcos Ribolli)

Os últimos vínculos não costumavam ser amarrados a indenizações em caso de quebra. Antes, em caso de demissão, o único pagamento feito era correspondente ao valor do salário em carteira de trabalho dos 30 dias seguintes, sem incluir o direito de imagem.

Não ter cláusula de indenização para técnicos virou uma espécie de “ativo” do Tricolor. Diferentemente de outros clubes, o São Paulo não se via obrigado a continuar pagando salários de profissionais que haviam saído, mas seguiam recebendo. Nos últimos oito anos, no entanto, o clube teve 12 treinadores e mudou a característica de estabilidade.

O presidente são-paulino, Carlos Augusto de Barros e Silva, vem sendo alvo de críticas de conselheiros por ter incluído multa no vínculo de Rogério Ceni. De acordo com Leco, a cláusula condicionada ao aproveitamento foi uma sugestão do próprio ídolo em razão da eleição que ocorreria em abril – o presidente acabou reeleito em disputa com José Eduardo Mesquita Pimenta, hoje membro do Conselho de Administração.

– Foi um ajuste que fizemos a partir de uma colocação dele: “Se o senhor perder a eleição, espero que não aconteça, posso enfrentar outra estrutura, e tenho um projeto de trabalho que discutimos exaustivamente e no qual eu confio”. Não foi uma imposição. Tudo o que consta no contrato dele foi discutido comigo, e muito. E aceito. Tudo – disse Leco, em entrevista ao GloboEsporte.com e à TV Globo, na semana passada.

Nesta semana, ao ser questionado sobre o pagamento da cláusula de indenização para Ceni, Leco disse o seguinte:

– Em relação à multa, será algo de âmbito interno. O São Paulo cumprirá à risca tudo que estiver determinado. Serão feitos ajustes com ele. O Rogério esteve aqui hoje (terça-feira). O relacionamento com ele não será interrompido. As portas não estarão fechadas.

Anunciado na quarta-feira, Dorival vai iniciar o trabalho no Tricolor na próxima semana. Ele tem questões particulares a resolver nos próximos dias em Florianópolis. Por isso, o auxiliar Pintado será o comandante interino do time no clássico com o Santos, domingo, na Vila Belmiro.

Dorival levará ao Tricolor três profissionais para a comissão: seu filho Lucas Silvestre, que atua como auxiliar-técnico, Celso Resende, preparador físico, e o analista de desempenho Leonardo Porto.

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