Ciranda mostra que a posição de goleiro é um grande problema para o São Paulo

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GloboEsporte.com

Humberto Luiz Peron

Sidão São Paulo

Sidão retorna ao gol do São Paulo na partida contra o Avaí. A mudança anunciada pelo técnico Dorival Júnior revela a quarta mudança na posição na atual temporada. Em apenas oito meses, um time como São Paulo não pode ter nunca um rodízio tão grande em uma posição vital, principalmente quando as trocas foram motivadas por questões técnicas.

A ciranda começa com o próprio Sidão. Bancado por Rogério Ceni, o arqueiro que se destacou no Audax e fez um bom Campeonato Brasileiro pelo Botafogo no ano passado, começou a temporada como titular. Não demonstrando segurança e tomando muitos gols, ele saiu do time também por ter tido uma contusão, mas sua posição já era muito questionada.

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Denis assumiu a posição e, como em todas as oportunidades que teve, também não deu conta do recado. A missão passou a ser de Renan Ribeiro, que entrou bem na equipe, fez boas partidas no final do Campeonato Paulista e passou a sensação que o São Paulo tinha encontrado um arqueiro titular.

Mesmo tento atuado em todos os jogos do São Paulo no Campeonato Brasileiro, Renan Ribeiro, nas últimas partidas errou muito, tomou vários gols defensáveis e demonstrava insegurança – mesmo com o problema da renovação de contrato, se ele estivesse bem não sairia do time.

A sequência de trocas mostra que o São Paulo infelizmente não tem um grande goleiro no seu elenco. Principalmente pelo momento complicado que o clube vive na classificação do Campeonato Brasileiro, erros constantes dos defensores e a responsabilidade de substituir Rogério Ceni.

Não é fácil ser goleiro em um time grande como o São Paulo – principalmente quando a fase não é bola. Assim, o arqueiro que tem essa missão precisa operar milagres quando o time mais precisa. Se a equipe está empatando, ele necessita defender aquela bola impossível que impeça que o adversário abrir vantagem no placar e evitar que o time se complique mais ainda jogando com o placar adverso.

Se há um erro individual de um zagueiro – que está ocorrendo muito – o goleiro precisa obrigatoriamente consertar o erro do companheiro e evitar o gol. Não parece, mas é nessas situações que o arqueiro ganha moral e confiança – o que é mais importante – dos seus companheiros e, com certeza, será muito mais ouvido nas orientações que ele dá a zaga.

Se o goleiro falhar, ele tem que ser o primeiro a se levantar, assumir o erro e buscar a bola dentro das redes de peito estufado, como se estivesse dizendo para todos que as próximas bolas ele ira defender. Se abaixar a cabeça ou ficar cabisbaixo vai deixar o resto do time muito mais inseguro.

O acerto do time do São Paulo passa por ter um goleiro que não gere nenhuma dúvida e que seja o dono absoluto posição. 

Sidão, diferente dos seus concorrentes, vai ter uma segunda chance para se firmar em 2017 e mostrar que é o goleiro que finalmente vai resolver os problemas da posição que o clube tem desde a despedida de Rogério Ceni. Como já disse quando analisei os três goleiros do Sâo Paulo, eu tenho grande dúvida se Sidão tem condições técnicas para realizar essa missão. Por isso, acho clube precisa trazer um grande o mais rápido possível. 

A partir de agora, aos são-paulinos resta torcer para que eu esteja completamente errado em minha opinião e que Sidão garanta vários bons resultados para o time – pois com Sidão, no início do ano, e depois com Denis e Renan Ribeiro isso ainda não aconteceu.

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