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Marcelo Prado
Com Rogério Ceni, Tricolor tinha tomado 11 gols em 11 jogos no Brasileiro. Com o atual técnico, foram 12 em sete partidas. Treinador aposta na semana livre de treinos para fazer correções.
Faz um mês que Rogério Ceni foi embora e Dorival Júnior chegou, mas o São Paulo continua derrapando no Campeonato Brasileiro. Um dos motivos que explicam a permanência da equipe na zona do rebaixamento mesmo com a mudança da comissão técnica é o fraco rendimento do sistema defensivo, que piorou com o novo comandante.
O número de gols sofridos aumentou ao mesmo tempo em que as falhas permanecem e a marcação não conseguiu se encaixar.
Ceni comandou o São Paulo nas primeiras 11 rodadas do Brasileiro. O time sofreu 11 gols, média de um por jogo. Em quatro rodadas, saiu de campo sem ser vazado. Já Dorival comandou sete partidas. Sofreu 12 gols (média de 1,71 por partida). Renan Ribeiro só terminou o confronto contra o Vasco sem tomar gols.
O que chama a atenção é que o atual técnico usa uma metodologia diferente do seu antecessor. Enquanto Ceni mexia constantemente na escalação, Dorival apostou na sequência e alterou o mínimo possível. Evitou fazer improvisações. Na zaga, efetivou o recém-chegado Arboleda ao lado de Rodrigo Caio. Ambos têm desempenhos apenas regulares.
Nesse setor, chama a atenção, por exemplo, o fato de Aderllan, que foi apresentado no dia 21 de julho, ainda não ter sido relacionado. Já Lugano, de contrato renovado, hoje é apenas a quarta opção do setor, atrás também de Militão, que entrou e teve atuação discreta contra o Bahia.
Nas laterais, o drama do novo treinador é maior. Ceni não gostava de Bruno e Buffarini, tanto que improvisava o volante Araruna na posição. Quando Dorival chegou, a estreia foi contra o Atlético-GO, no Morumbi, e o argentino ganhou a oportunidade. Foi muito mal. Tanto que, no jogo seguinte, veio a mudança, com Bruno entrando.
Ele teve sequência, atuou em cinco partidas, mas esteve longe de agradar. Hoje, é um dos jogadores mais criticados pela torcida durante os jogos e nas redes sociais. Não atuou contra o Bahia por conta de uma lesão. Araruna entrou (Buffarini não foi relacionado pelo excesso de estrangeiros) e também não teve bom desempenho.
Pelo lado esquerdo, Junior Tavares era intocável com Rogério Ceni, mas perdeu espaço com Dorival. Foi titular em duas partidas. Após falhar muito contra a Chapecoense, quando teve participação direta nos dois gols do rival, foi barrado por Edimar, contratado em março e que ainda não havia estreado. No segundo tempo contra o Bahia, insatisfeito, Dorival sacou Edimar e deu nova a chance a Tavares.
No meio de campo, houve também mudança no jeito de escalar a equipe. Com Ceni, o time atuava com três volantes – na maior parte dos jogos, teve Jucilei, Cícero e Thiago Mendes. Nesse caso, Jucilei ficava mais atrás e os outros dois à frente, formando um triângulo. Dorival primeiro tentou dois volantes atuando lado a lado (Jucilei e Petros). Não deu certo. Faltava pegada. Contra o Bahia, o técnico usou esquema parecido com o de Ceni. Jucilei ficou atrás, com Petros e Hernanes à frente. Quando o time se defendia, a formação mudava para duas linhas de quatro.
Para explicar a fragilidade do sistema defensivo é preciso também falar da falta de combate que ocorre na frente. Cueva e Pratto têm dificuldade para auxiliar a marcação. Não há mais aquela pressão na saída de bola que era tão característica com Rogério Ceni no começo da temporada. Isso acaba sobrecarregando Jucilei e Petros. Nos últimos jogos, Dorival tem sacado um volante no segundo tempo, o que deixa a equipe ainda mais exposta.
Como não há ajuste na marcação, a equipe dificilmente consegue ter tranquilidade em campo. Em quatro dos sete jogos com Dorival, ela foi vazada antes de fazer um gol. Contra o Botafogo, apesar de ter saído na frente, levou a virada em apenas sete minutos. Contra o Atlético-GO, esteve duas vezes à frente, mas tomou gols nos minutos seguintes. Diante do Bahia, viu o rival abrir dois gols de vantagem em apenas três minutos.
A aposta da comissão técnica e da torcida é que a situação possa melhorar a partir de agora, já que haverá tempo para treinar. Nas primeiras seis rodadas do segundo turno, o São Paulo atuará apenas aos finais de semana. Com cinco dias de treinos antes de cada jogo, Dorival poderá fazer ajustes e treinar novas estratégias.
É que os caras são muito ruim e burros por isso que erram deste jeito…
Poucos se salvam, tudo lixo idêntico a diretoria..
Rezar para acontecer um milagre….
Já já o Lucas Farias pega essa vaga da lateral direita e não larga mais.