O ranking maluco que clubes brasileiros dependerão para ir ao novo Mundial

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Marcel Rizzo – UOL

Se for aprovado o novo formato do Mundial de Clubes da Fifa, com 24 equipes, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) deve usar o seu ranking de clubes da Libertadores como um dos critérios de classificação para o torneio.

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O jornal espanhol “Mundo Deportivo” publicou no sábado (26) que a Fifa quer acabar com a Copa das Confederações, disputada por seleções e em seu lugar, a partir de 2021 e sempre nos anos ímpares anteriores às Copas do Mundo, criar um Mundial de Clubes encorpado, quadrienal e com 24 participantes. Ele substituiria o formato atual, que é anual e tem sete concorrentes.

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O blog confirmou que esta é a proposta que mais agrada a cartolas, e que a Conmebol receberia cinco vagas (a Europa teria 12, África e Ásia dois, Américas do Norte e Central e Oceania uma e o país-sede a outra). Cada confederação informaria à Fifa como seria o sistema de classificação para o torneio, e a Conmebol já estuda como seria feito na América do Sul.

A ideia, a princípio, é que os quatro campeões da Libertadores anteriores à disputa do Mundial teriam vaga garantida. O quinto classificado sairia pelo ranking da Libertadores da Conmebol, que hoje serve apenas para decidir quem é cabeça de chave no sorteio de grupos de sua principal competição.

Polêmico

Há algumas lacunas nesse primeiro esboço. Primeiro: se um mesmo time vencer a Libertadores no período entre os mundiais, quem fica com a vaga que sobra? Os vice-campeões se enfrentariam para decidir o classificado? Abre mais uma posição por meio do ranking? Ninguém sabe ainda, já que não passa de  um estudo pois nem a Fifa bateu o martelo no Mundial modificado.

Mas, se confirmada, a classificação pelo ranking da Libertadores vai gerar polêmica. A pontuação leva em conta a participação no torneio nos últimos dez anos, a participação histórica, ainda na Libertadores, e os títulos conquistados no Campeonato Nacional de cada país, também como base os dez últimos anos.

Por exemplo: o ranking de 2017 deu 1000 pontos para cada time campeão da Libertadores nos últimos dez anos (2007 a 2016), outros 100 a qualquer time que tenha sido campeão da competição entre 1960 e 2006, e outros 50 aos vencedores das primeiras divisões nacionais em 2016. Uma soma quase tão intrincada quanto outro ranking polêmico, o da Fifa, que com seus coeficientes complicados muitas vezes não reflete nas posições as melhores seleções do momento.

No ranking Libertadores da Conmebol em 2017, por exemplo, o Boca Juniors lidera, mas nem participou da edição deste ano — ele seria indicado mesmo assim se tivéssemos um Mundial em 2017? Os cinco primeiros são: Boca (ARG), River Plate (ARG), Atlético Nacional (COL), Nacional (URU) e Peñarol (URU).

O melhor brasileiro aparece em sexto, o São Paulo, seguido pelo Cruzeiro, sétimo, e pelo Corinthians, oitavo. Nenhum dos três esteve na edição deste ano da Libertadores. O Atlético-MG, em nono, foi eliminado nas oitavas de final pelo boliviano Jorge Wilstermann, o 75º.

A questão do ranking será debatida, e até um novo modelo, que pontue a participação em todas as competições do continente, incluindo a Copa Sul-Americana, pode ser usado. A Conmebol vai esperar a Fifa confirmar o Mundial modificado, o que não tem data para ocorrer, para que chame os filiados para definir o critério de classificação. O ranking, de qualquer maneira, estará na pauta.