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Alexandre Lozetti
Até o clássico diante do Corinthians, em 24 de setembro, Tricolor vai jogar apenas seis vezes. Técnico pode se dedicar a resolver problemas em todos os setores para tentar sair da zona de rebaixamento.
Dorival Júnior foi apresentado pelo São Paulo no dia 10 de julho. Em 28 dias, o time disputou sete jogos sob seu comando, média de um a cada quatro dias. Com pouco tempo para treinar, o técnico apostou na manutenção de uma base para tentar sair da zona de rebaixamento.
Não deu certo. Agora, entre a derrota do último domingo para o Bahia até o clássico do dia 24 de setembro, diante do Corinthians, o Tricolor jogará apenas seis vezes em 48 dias. Ou seja, Dorival terá, em média, o dobro de tempo entre os confrontos, fundamentais para o destino do clube.
O São Paulo precisa de 26 pontos, numa conta baseada em rebaixamentos de campeonatos anteriores, para se manter na Série A. Nesse período com mais treinos do que jogos, a equipe vai disputar 18 pontos. Pode sair do sufoco ou se afundar ainda mais.
O que Dorival precisa arrumar em cada setor?
- DEFESA
Desde que Rogério Ceni foi demitido, o São Paulo sofreu 15 gols em oito partidas. Tornar-se mais seguro defensivamente é essencial. Boa parte do problema passa pelo lado direito.
Com o interino Pintado no banco, o argentino Buffarini foi facilmente envolvido na derrota para o Santos. Bruno entrou no time semanas depois, e Grêmio e Coritiba fizeram gols com jogadas de muita velocidade e mano a mano nesse setor.
Em razão de dores nas costas, ele não enfrentou o Bahia, que, com o colombiano Mendoza, também deu bastante trabalho ao jovem Araruna – que ficará cerca de um mês parado em razão de um estiramento na coxa.
Se nenhuma das opções para a lateral vive boa fase ou mostra aptidão para a marcação, Dorival terá de pensar em como compensar isso. A cobertura dos zagueiros também não tem sido ideal. Arboleda chegou atrasado para frear a arrancada de Pedro Rocha, do Grêmio, e Militão, que atuou centralizado pela direita da zaga na Fonte Nova, deu muito espaço para Rodrigão cruzar no primeiro gol do Tricolor baiano.
Outra possível solução é o famoso “perde-pressiona”. Ao perder a posse de bola, o São Paulo tem dado muito espaço para o adversário criar suas jogadas. Apertar, pressionar, atacar a bola na origem dos lances pode, pelo menos, atrasar o contra-ataque rival e permitir que a defesa se compacte com mais segurança.
- MEIO-CAMPO
Na teoria, trata-se do setor mais forte do São Paulo. Só que nos três jogos que disputaram juntos, Jucilei, Petros, Hernanes e Cueva, todos muitíssimo bem-conceituados, não conseguiram “dar liga”, como se costuma dizer no futebol.
Sem a bola, faltou pegada, os adversários tiveram espaço para trocar passes e avançarem até perto da área de Renan Ribeiro, sobretudo quando pressionaram no campo de ataque.
Com a bola, faltou aproximação, o “jogo apoiado” que Tite costuma dizer. Muitas vezes, apesar de serem quatro bons meio-campistas, quem tem a bola se vê sem opção de passe. E aquele que dá o passe não se apresenta para receber a devolução. A torcida espera que, com tempo de treino, esses jogadores, especialmente Jucilei, Petros e Hernanes, troquem muito mais a bola, e com mais objetividade do que tem acontecido.
Para o próximo domingo, contra o Cruzeiro, no Morumbi, Cueva está suspenso. A opção dos sonhos de Dorival, o jovem Lucas Fernandes, ainda se recupera de lesão. Como o peruano tem atuado mais aberto, abre-se a possibilidade da entrada de mais um atacante.
- ATAQUE
O principal atacante do elenco é Lucas Pratto, que não está jogando bem. Embora faça enorme esforço para sair da área e participar do jogo, seria ideal se pudesse ficar mais perto do gol, à espera de jogadas de linha de fundo que, hoje, inexistem.
Esse é um problema desde o início do ano. David Neres, o único com potencial para ser craque, foi vendido. Luiz Araújo oscilou, mas também acabou negociado quando estava bem. As apostas em Wellington Nem e Neilton não deram certo. Marcinho, o atual titular, parece ter perdido a confiança que o fazia ganhar dos marcadores no mano a mano.
Dorival Júnior terá de encontrar uma maneira de seu ataque produzir movimentações que permitam ao meio-campo uma enfiada de bola ou uma infiltração na área – algo que tem faltado, sobretudo, a Petros.
O jovem Brenner é boa opção, embora não seja um “ponta”. Ele é artilheiro e tem só 17 anos, mas já demonstrou mais inteligência de jogo do que a maioria dos companheiros.
Outra mudança que pode ajudar é a volta de Júnior Tavares ao time, no lugar de Edimar. Um lateral mais ofensivo pode ser importante, embora o garoto, ultimamente, tenha ganhado mais destaque pelo cabelo descolorido do que por suas atuações.
A solução está aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=k9JbhW51A0A
Lucas Farias na lateral direita!