Crônica: saiba como entrada de Cueva levou São Paulo a bater o Vitória

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GloboEsporte.com

Alexandre Alliatti

Gómez não vai bem e é substituído pelo peruano no intervalo; ele faz gol olímpico e completa vitória iniciada em cabeceio de Militão.

Crônica: saiba como entrada de Cueva levou São Paulo a bater o Vitória

O são-paulino tem duas escolhas opostas para filosofar sobre o principal elemento do triunfo de 2 a 1 sobre o Vitória, neste domingo, no Barradão – a entrada de Cueva no lugar de Gómez no intervalo do jogo.

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  • Que Dorival teve visão de jogo e acertou ao perceber que Gómez (substituto de Jucilei, suspenso) não estava bem, colocando Cueva em seu lugar no segundo tempo;
  • Que Dorival errou ao não fazer isso desde o começo do jogo.

Fica a gosto do leitor. Seja como for, Cueva mudou o jogo. Sem ele, é improvável que o São Paulo retornasse de Salvador com três pontos tão importantes – que levaram a equipe à 17ª colocação, com 27 pontos, ainda dentro da zona de rebaixamento. Ele foi fundamental nos dois gols.

  • No primeiro, ao cobrar escanteio na cabeça de Militão, que abriu o placar.
Gol do São Paulo! Cueva cobra escanteio, e Militão cabeceia pra marcar, aos 7' do 2º tempo

Gol do São Paulo! Cueva cobra escanteio, e Militão cabeceia pra marcar, aos 7′ do 2º tempo

  • No segundo, ao fazer gol olímpico, em cobrança que ainda desviou em Fillipe Soutto antes de entrar.
Gol do São Paulo! Cueva cobra escanteio, a bola desvia na zaga e entra, aos 36' do 2º t

Gol do São Paulo! Cueva cobra escanteio, a bola desvia na zaga e entra, aos 36′ do 2º t

E não foi só isso: Cueva deu ao time agressividade ofensiva, algo que Gómez não conseguira oferecer no primeiro tempo. Não se trata de crucificar o argentino: são características diferentes. De Gómez, Dorival queria mais recomposição defensiva – tanto que ele foi o principal companheiro de Petros na saída de bola no primeiro tempo. Com Cueva, o treinador buscou mais qualidade técnica, mais alternativa ofensiva. E ganhou exatamente isso.

Números de Gomez e Cueva na partida

PASSES CERTOSPASSES ERRADOSFALTAS COMETIDASFALTAS RECEBIDASFINALIZAÇÕESBOLAS LEVANTADASROUBADAS DE BOLA
GOMEZ (primeiro tempo)11442001
CUEVA (segundo tempo)22202123

Como foi o primeiro tempo

Não é que tenha jogado bem: mas o São Paulo do primeiro tempo jogou melhor do que costuma jogar, foi superior ao Vitória e poderia ter pulado na frente. Funcionou bem a aproximação entre os jogadores de meio. Graças a ela, o time conseguiu ter uma fluência mínima – suficiente para render seis finalizações.

O time foi a campo no 4-1-4-1, com Petros atrás da linha de quatro meias – formada, da esquerda para a direita, por Lucas Fernandes, Hernanes, Gómez e Marcos Guilherme. Mas as peças, sobretudo Lucas Fernandes, por vezes se mesclavam, tentando bagunçar a marcação adversária.

São Paulo foi a campo no 4-1-4-1, com Gómez como principal auxílio a Petros na saída de bola (Foto: Reprodução)

São Paulo foi a campo no 4-1-4-1, com Gómez como principal auxílio a Petros na saída de bola (Foto: Reprodução)

Nessa estrutura, porém, também esteve o principal entrave da equipe tricolor. Gómez, substituto de Jucilei, não esteve bem. Foi mais quem mais errou passes (quatro) e quem mais cometeu faltas (também quatro) no São Paulo no primeiro tempo.

Gómez não pode ser acusado de não ter tentado. Foi quem mais se aproximou de Petros na saída de bola. Hernanes, com mais qualidade, esteve menos presente – embora tenha sido o autor de duas das seis finalizações tricolores no primeiro tempo.

O Vitória, menos intenso no ataque, teve a principal chance: uma pancada de Willian Corrêa acertou a trave de Sidão.

Como foi o segundo tempo

Dorival Júnior percebeu que havia algo a corrigir ali. E resolveu apostar no talento: colocou Cueva no lugar de Gómez. A resposta foi imediata. O time melhorou e ficou em vias de abrir o placar em dois lances – no primeiro, com finalizações de Marcos Guilherme e Lucas Pratto; no segundo, com Pratto, após belo passe de Hernanes para Cueva.

E aí saiu o gol. Mas não em jogada trabalhada pelo chão, como o jogo indicava: pelo alto. Cueva bateu escanteio, Militão cabeceou com força: 1 a 0.

Cueva estava inspirado. Buscou jogo, tentou arrancadas, buscou dribles. E teve seu ponto máximo aos 36: bateu escanteio buscando o gol. A bola voou em curva fechada, se aproximando da primeira trave, e Filippe Soutto mandou contra. Era o segundo gol tricolor.

Gol do Vitória! Tréllez pega o rebote e diminui a vantagem, aos 44' do 2º tempo

Gol do Vitória! Tréllez pega o rebote e diminui a vantagem, aos 44′ do 2º tempo

Como este campeonato está fadado a não dar paz ao São Paulo, o Vitória ainda fez seu gol aos 44, com Tréllez, e levou pânico aos tricolores nos minutos finais. Mas ficou no susto. Era dia do São Paulo – era dia de Cueva.