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Marcelo Prado
Meio-campista chegou após insistentes pedidos de Ceni, mas acabou barrado pouco antes do treinador ser demitido. Com Dorival Júnior, foi usado apenas duas vezes.
A segunda passagem do meia Cícero pelo São Paulo terminou exatamente igual a primeira: antes do término do contrato e pela porta dos fundos. Depois de atuar pelo Tricolor entre 2011 e 2012, ele retornou ao clube por um pedido de Rogério Ceni, mas perdeu espaço e, na última quinta-feira, assinou a rescisão de contrato. O destino dele é o Grêmio.
Apesar de nunca empolgar, Cícero viveu momentos de intocável na equipe de Ceni. Isso mudou aos poucos. Com Dorival Júnior, o meio-campista foi afastado pela diretoria no início de agosto e passou os últimos 50 dias treinando separado no CT da Barra Funda.
Na primeira vez em que vestiu a camisa do São Paulo, Cícero teve bom desempenho com os técnicos Paulo César Carpegiani e Émerson Leão. Mas as coisas mudaram a partir da chegada de Ney Franco. Barrado, o atleta se irritou e, ao final da temporada 2012, pediu para sair. Entrou em acordo com a diretoria e se transferiu para o Santos. Foram 61 partidas e nove gols marcados.
Desta vez, Cícero estava no Fluminense e sua contratação foi um insistente pedido de Rogério Ceni. O técnico via no atleta uma peça polivalente, capaz de realizar diversas funções entre meio e ataque.
Quando montou o time titular para o começo do ano, Ceni fixou Cícero ao lado de Jucilei no meio-campo. O jogador teve alguns bons momentos, como na vitória por 4 a 2 para o PSTC, pela Copa do Brasil, quando marcou três gols, saindo de trás e aparecendo de surpresa dentro da área para finalizar.
Com o passar do tempo, o futebol envolvente do São Paulo de Ceni sumiu, o time acumulou desclassificações, e Cícero passou a ser questionado. Ele também teve seu nome envolvlido no episódio da prancheta, na semifinal do Campeonato Paulista, contra o Corinthians. Na ocasião, Rogério ficou muito irritado com o fair play de Rodrigo Caio e, no vestiário, deu um bico no cavalete que segurava o objeto em que ele dava instruções, acertando nas pernas de Cícero.
O meio-campista seguiu no time titular até a partida contra o Atlético-PR. No duelo seguinte, diante do Fluminense, ele virou opção no banco de reservas. E de lá não saiu mais. Ceni foi demitido, Dorival Júnior chegou, e a situação não melhorou.
Cíceo foi utilizado em dois jogos, contra Vasco e Grêmio. Depois, seguiu no banco contra Botafogo, Coritiba e Grêmio. Até que no dia 9 de agosto, foi afastado por decisão tomada pelo técnico Dorival Júnior em conjunto com a diretoria.
Desde então, o jogador passou a trabalhar sozinho no CT da Barra Funda em horários alternativos. Como havia feito dez jogos no Campeonato Brasileiro, não podia se transferir para nenhuma equipe. O atleta recebeu proposta de um clube dos Emirados Árabes, mas não se interessou. Até que na última quinta-feira acertou sua rescisão com o Tricolor.
Cícero tinha vínculo com o São Paulo até dezembro de 2018. Ele chegou a um acordo com a diretoria para receber um valor menor do que teria direito para conseguir a rescisão imediata do contrato. A diretoria tricolor comemora o fato, já que vai economizar um valor considerável com o não pagamento dos salários.
Não deveria nem ter voltado, vai tarde um pereba a menos.
Isso é o que a múmia nos deixou de legado