Matheus Lara, O Estado de S.Paulo
O diretor executivo de futebol do São Paulo, Vinicius Pinotti, repetiu nesta terça-feira o discurso de satisfação e de otimismo de menos de dois meses atrás, quando concedeu uma coletiva em que comentou a situação de Rogério Ceni no comando do clube. Naquele momento, o ídolo tricolor estava pressionado pelos maus números no Brasileirão – o time estava a um ponto da zona de rebaixamento. Menos de uma semana depois, Ceni foi demitido.
“A ideia é mantê-lo”, disse Pinotti, no dia 27 de junho. “Não estamos satisfeitos com o resultado dentro de campo, mas estamos satisfeitos com o resultado do trabalho”. Nesta terça, ao comentar os rumores de que Dorival Junior poderia ser demitido do São Paulo, o discurso foi praticamente o mesmo: “Estamos muito satisfeitos com o trabalho do Dorival, mas sabemos que isso ainda não foi refletido dentro de campo. Mas ele é nosso treinador e acreditamos que não dá para mudar a toda hora”.
As semelhanças não param por aí. Naquele momento que antecedeu a demissão de Ceni, o então treinador tinha dirigido o São Paulo em 11 jogos no Brasileirão. Dorival tem este mesmo número. O retrospecto é ligeiramente melhor para o atual comandante, que perdeu menos (6 a 4) e empatou mais (4 a 2). O número de vitórias foi o mesmo: três para cada técnico. Na tabela, porém, a situação é dramaticamente pior para o São Paulo de Dorival. Após 11 jogos, Ceni deixou o time na 16ª posição. Agora, o time está há duas rodadas na vice-lanterna do Brasileirão.
A diferença de contextos também ficou perceptível na fala de Pinotti, que se demonstrou otimista nas duas situações. “Sabemos que a situação é horrivel, estamos temerosos, mas estamos trabalhando bastante para tentar reverter isso”, disse o diretor nesta terça. Em junho, a avaliação também era parecida. “O Rogério Ceni conta com nosso apoio irrestrito e conseguimos ver que o trabalho está evoluindo. Acreditamos que o trabalho dele ainda vai render frutos”.
O diretor executivo foi o único a falar nesta terça-feira no CT da Barra Funda. A tensão no São Paulo aumentou depois do empate cedido à Ponte Preta no último sábado, resultado que manteve o time na 19ª posição. Após atritos internos, as coletivas diárias com jogadores foram supensas. A intenção é manter o time focado nos treinos e na preparação para os jogos das próximas rodadas do Brasileirão.