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Presidente do São Paulo diz que deu todas as condições para que ex-treinador pudesse fazer seu trabalho e que após três desclassificações, se ele segurasse o Mito no cargo, poderia perder a eleição.
A difícil situação do São Paulo no Campeonato Brasileiro fez o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, reconhecer que a diretoria, mais uma vez, errou no planejamento da equipe para a temporada.
Em entrevista ao site ChuteiraFC, o dirigente aproveitou para atacar o ex-técnico Rogério Ceni, que foi demitido em julho. Ainda revelou que o volante Jucilei, que pertence ao Shandong Luneng, dificilmente será contratado em definitivo por causada da exigência financeira dos chineses.
– Por que remontar o time no meio do expediente? Porque infelizmente o projeto que fizemos no começo do ano não teve sucesso, não deu certo. Não deu certo pelas performances, pelos resultados e não deu certo pela formação da equipe. A equipe evidenciou deficiências que precisavam ser corrigidas, e aí entra a figura do dirigente, com a responsabilidade toda que ele tem mas que no fundo é também um torcedor. Estamos formando a equipe ainda em tempo de não passar pelo problema maior que seria o rebaixamento, e mais do que isso já a estruturando para o ano que vem – ressaltou o dirigente.
Quanto fala que o projeto não deu certo, Leco se referiu ao trabalho de Rogério Ceni.
– Quando se fala que o projeto não deu certo, se liga inevitavelmente à figura do técnico. Não posso dizer que me arrependi da contratação do Rogério, embora naquele primeiro momento questionasse se ele já estava em condições de assumir. Mas tantas e tão fortes foram as colocações dele de que estava pronto que eu me convenci, e fiz aquilo que acho que ninguém evitaria fazer, que era trazê-lo. Trouxemos, demos todas as condições, prestigiamos o projeto. Dei tudo e um pouco mais. Dei tudo e ainda dei o Pratto – afirmou.
O dirigente acredita que a inexperiência do ex-treinador foi o principal motivo para sua passagem pelo banco de reservas ter durado apenas sete meses.
– Ele não se ajustou à dinâmica da nova situação. Como jogador ele era o “Mito”, uma figura grande, com muitas conquistas, mas era uma situação muito diferente da de pegar um grupo e formar um time. Uma, duas, três eliminações… E zona de rebaixamento, porque foi com ele que fomos para a zona de rebaixamento. E como é duro de sair! Muitos dizem que contratei o Rogério para que ele ajudasse a ganhar eleição. Não é verdade. Poderia acontecer é o contrário. Com três desclassificações, ele poderia me fazer perder a eleição – disse.
Elogios a Vinícius Pinotti
Apesar do time estar na zona de rebaixamento, Leco defende o trabalho do diretor executivo Vinícius Pinotti, que assumiu o comando do futebol no mês de maio.
– Os maus resultados do futebol este ano não têm nada a ver com ele, ainda mais que ele só entrou em maio. V ou usar um exemplo que usei outro dia quando uma pessoa me questionou sobre isso. Em 1984, quando o Carlos Miguel Aidar assumiu o São Paulo, ele trouxe um ilustre desconhecido: Juvenal Juvencio. E dos seis títulos brasileiros o Juvenal ganhou quatro, como presidente ou diretor de futebol, fora Libertadores, Mundial…Voltando à escolha do Pinotti, eu pergunto: quem seria uma pessoa com “notório conhecimento do futebol”? Não sei.Dentro do São Paulo tenho umas quatro ou cinco pessoas com conhecimento do futebol, mas estou muito contente com o Pinotti.
Time vai escapar do rebaixamento?
– Noto a evolução que vem ocorrendo e acho que vai se consolidar. Minha preocupação quando tomei a decisão com o Rogério foi fazer a coisa com tempo para reagirmos, não adiantava deixar para fazer faltando poucas rodadas, porque aí seria muito difícil nos salvarmos. E acho que está dando tempo. Perdemos um jogo para o Palmeiras em que podíamos ter feito 2 a 0 ou 3 a 2, e tomamos o terceiro gol depois de um lance infeliz do Marcos Guilherme. Mas agora o nosso treinador está corrigindo isso. O momento mais crítico já passou, a tendência é promissora. Faltam 14 jogos, 42 pontos, se fizermos 19 ou 20 a estatística diz que o time escapa. E não é difícil fazer 20 pontos em 42.
Elenco vai mudar muito para o ano que vem?
– O Jucilei… Gostaria muito de ficar com ele, mas é muito difícil. Não é fácil negociar com os chineses. Trouxemos o Petros, que é nosso. O Marcos Guilherme veio numa condição excepcional até o fim do ano que vem, com prioridade para o contratarmos. O Hernanes até o meio do ano que vem… Já dá um respiro.
Under Armour vai sair?
– A Under Armour fez um contrato excepcional com o São Paulo. O dela com o Fluminense é de simples fornecimento de camisa. O nosso inclui royalties, tivemos R$ 10 milhões de adiantamento e mais R$ 5 milhões de luvas. Como os resultados não foram os desejados e o custo deles ficou muito alto, eles nos propuseram fazer algumas revisões no contrato. ão houve acordo quanto a isso, e chegou-se à conclusão de que seria melhor a rescisão, que foi ajustada com o pagamento por parte deles da multa integral. Mas como eles ainda desejam ficar, nós obtivemos a liberdade de prospectar o mercado e eles, que ficam até o fim do ano, têm a possibilidade de ficar se cobrirem uma oferta que tivemos e pagarem mais 10%. Mesmo que eles saiam, o São Paulo poderá continuar usando a camisa deles até o meio do ano que vem, e eles poderão continuar vendendo nossas camisas também até o meio do ano que vem.
Cueva
– Ele já falou que quer sair, que quer ficar, declarou amor ao clube… O Cueva, como o ser humano em geral, é carente e precisa de colo e acolhimento. Um grande jogador, tecnicamente acima da média. Não tenho medo de perdê-lo, mas pode ser que chegue uma proposta e ele diga: ‘Me vende ou não jogo mais’. Ele é bem capaz disso. O Ganso sentou comigo e falou: ‘Presidente, me libera, é o meu sonho. Se não me liberar, daqui a um ano e meio vou embora e o clube não pega um tostão’. Liberei e coloquei R$ 20 milhões no clube, um dinheiro necessário. E sabe por quê? Porque a gestão anterior atrasava três meses de salário, quando ia vencer o terceiro acertava as conta