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O São Paulo foi muito melhor do que o Corinthians no primeiro tempo. Mais intenso. Era, como esperado, o time mais a fim de jogo. Afinal, uma vitória tiraria o São Paulo da zona de rebaixamento para, provavelmente, não mais voltar para ela.
Não foi ”uma aula de futebol”, como definiu Petros. Mas foi uma boa atuação. No segundo tempo, se defendia bem e criava problemas no contra ataque. Um raro jogo ruim de Cássio, que falhou no gol de Petros e não inspirava confiança alguma quando exigido (até salvar no finalzinho). Uma chance de ouro para fazer o 2 a 0 em uma espetada fatal e passar um belo domingo com a família.
Mas aí Cueva, que estava muito bem, cansa (tinha mesmo que sair?). Aí Dorival resolve fechar a casinha (excesso de cautela com muito relógio para correr). Aí o Júnior Tavares resolve ganhar um tiro de meta. Aí o Denilson passa voando como uma borboleta no rebote. E…
O São Paulo parece ser um time com mais medo de ganhar do que de perder. Joga bem, cria jogo, abre vantagem e, ato seguido, se encolhe, se acanha, se perde.
O empate é ruim? Não. Basta pensar friamente. É um empate contra o líder do campeonato, um time de quase 80% de aproveitamento quando joga fora de casa – que é como se sente mais confortável.
Um erro de grandes que lutam para não cair é desprezar esses pontinhos e querer ganhar sempre. O erro do próprio São Paulo contra o Palmeiras, no Allianz. Não cair é somar, somar e somar. Mesmo que de um em um. É diferente da luta pelo título, em que somar de um em um costuma não servir.
A priori, pois, o empate não pode ser desprezado. Mas era uma chance gigante de acabar com o drama do rebaixamento. Se o São Paulo ganha do rival mais detestado pela torcida, ganha do líder e sai do Z4… a confiança volta de vez. Não cairia mais.
Volta à estaca zero? Não. Mas o São Paulo ainda pode acabar a rodada no Z4. O próximo jogo, contra o Sport, pior time do returno, se transforma em um daqueles do tipo ”ou ganha ou ganha” – e jogos assim são extremamente perigosos.
Já o Corinthians dá mais um passinho para o cantado título. Cresceu no segundo tempo, Carille mexeu bem, encontrou o empate e, com um pouco de sorte, poderia até ter vencido. Romero foi muito mal, Jadson abaixo, de novo, mas Rodriguinho, que vinha de uma expulsão besta na Argentina, fez um ótimo segundo tempo e foi decisivo para o empate.
A nota triste fica para a comemoração de Gabriel, do Corinthians, que já havia sido substituído e estava no banco quando saiu o gol de empate. Virou-se para a torcida do São Paulo e fez gestos obscenos. Podemos nos lembrar também das abobrinhas que falou do Palmeiras no começo do ano. Estou para ver jogador mais burrinho e inconsequente.