Onde está Cotia? Lesões e falta de confiança tiram espaço da base no SP

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UOL

Bruno Grossi

  • Érico Leonan/saopaulofc.net

    Shaylon não foi utilizado nenhuma vez por Dorival Júnior no TricolorShaylon não foi utilizado nenhuma vez por Dorival Júnior no Tricolor

Dorival Júnior é reconhecido por bons trabalhos com jovens talentos, principalmente no comando do Santos. No São Paulo, o histórico foi uma das razões para o técnico ser escolhido pela diretoria como substituto de Rogério Ceni, que havia aberto espaço para garotos se firmarem no elenco profissional. Passados quase dois meses da chegada do treinador, no entanto, o que se vê é a base com poucas oportunidades no Tricolor.

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O espaço reduzido tem dois fatores preponderantes: as lesões e a falta de confiança em um momento de crise. O primeiro motivo, por exemplo, já tirou de combate Júnior Tavares, Araruna e Lucas Fernandes. Ainda assim, Lucas tem conseguido ser exceção entre os jovens e disputou cinco das dez partidas sob o comando de Dorival, que, ao todo, usou somente quatro das crias de Cotia desde que chegou.

Ale Cabral/AGIF

Júnior fez duas partidas com Dorival e não teve bom desempenho

Júnior acabou afetado pelos dois problemas. Depois dos dois primeiros jogos do novo técnico, em que apresentou falhas individuais e baixo rendimento físico, o lateral-esquerdo foi sacado e deu lugar a Edimar. Agora, recuperado de lombalgia e com o titular também em baixa, o garoto de 20 anos tem oito dias para recuperar a melhor forma e tentar tomar de volta sua vaga no time.

Um caso notável da falta de confiança, provocada pela presença do São Paulo na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, é o de Shaylon. O meia foi promovido no início do ano cercado de expectativas, mas só entrou em campo oito vezes com Ceni, responsável por subi-lo ao profissional. Com Pintado, entrou em clássico contra o Santos e fez gol, mas nunca foi utilizado por Dorival. Nos últimos treinamentos, chegou a ser improvisado na lateral esquerda e até mesmo como centroavante. Brenner, outro que foi lançado por Ceni e agora sofre pelo temor de queimar etapas, tem somente 24 minutos em campo com a nova comissão técnica.

Essa restrição ao uso da base não significa, porém, que Dorival não dê atenção às categorias inferiores. Na última quinta-feira, o treinador observou cinco atletas do sub-17: Miguel, Sena, Marcos Júnior, Ed Carlos e Vitinho. Já na semana passada, o técnico chamou três do sub-20 para serem observados: o volante Pedro, para posição em que restaram apenas Petros e Jucilei, o meia Igor Gomes, diante da má fase de Cueva, e o ponta Caíque.

LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Caíque é destaque do sub-20 desde o ano passado

O último já esteve no elenco profissional em duas ocasiões: uma com Edgardo Bauza, em 2016, quando ainda era lateral-esquerdo, e neste ano, com Ceni, já como opção para o ataque. No sub-20, atua pelas duas pontas, já fez nove gols na temporada e também se destaca por assistências. E mesmo que nenhum outro atacante de lado tenha se firmado até aqui no profissional, como Denilson e Marcinho, o garoto ainda não ganhou nenhuma chance.

Para o próximo jogo do Brasileirão, no dia 9, contra a Ponte Preta, mais uma vez é Lucas Fernandes quem está mais perto de ser utilizado. Ele treina na vaga de Cueva, que está com a seleção peruana, marcou golaço contra a Bolívia, mas cuja postura tem causado insatisfação até mesmo entre os jogadores do São Paulo. Lucas, entretanto, precisa mostrar em uma partida o mesmo que apresenta no CT da Barra Funda para ganhar de vez a confiança de Dorival. Na lateral direita, com Bruno lesionado e Buffarini em baixa, o técnico improvisou Militão, mais um garoto que pouco jogou sob seu comando: dois jogos como titular, um na zaga e um como volante, quando foi trocado no intervalo.