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José Eduardo Martins
Thiago D. Rodrigues/Fotorua/Estadão Conteúdo
Vinicius Pinotti comanda o futebol do São Paulo desde o mês de abril
A programação inicial do São Paulo para esta semana não previa mais nenhuma entrevista coletiva de atletas no CT da Barra Funda. Na teoria, apenas o técnico Dorival Júnior falaria com a imprensa na sexta-feira, dia usualmente reservado para o treinador. Nesta terça, no entanto, o diretor-executivo de futebol Vinicius Pinotti apareceu para prestar esclarecimentos sobre o momento do penúltimo colocado do Campeonato Brasileiro. O cartola assegurou a permanência de Dorival e descartou a contratação de um coordenador técnico, função para a qual Muricy Ramalho era pedido por dirigentes, conselheiros e torcedores.
“Situação é horrível, claro que estamos temerosos, mas trabalhamos bastante há algum tempo para tirar o time dessa situação. Gostamos do trabalho do Dorival, que ainda não está refletindo em campo, que é o principal. Mas estamos muito satisfeitos. Tomamos conhecimento das declarações do Muricy, inclusive já tínhamos tido algumas conversas. Então, a gente sabe que ele tem um contrato (comentarista do SporTV) e é um cara honesto e que cumpre os seus compromissos. Muito difícil de vir oficialmente, mas nada impede que nos ajude informalmente com a são-paulinidade dele, a bagagem dele, que são muito importantes para o São Paulo”, disse o dirigente.
As declarações de Muricy citadas por Pinotti foram dadas durante o programa “Bem, Amigos”, do qual faz parte do quadro de comentaristas, na noite da última segunda-feira. O ex-treinador contou que fica chateado por não poder ajudar o Tricolor de forma mais direta em uma situação tão crítica com os riscos de rebaixamento para a Série B. Um dos grupos políticos do São Paulo ainda chegou a protocolar carta com mais de sete mil assinaturas pedindo a contratação de Muricy como coordenador técnico.
“O Muricy não pode assumir cargo oficial, o que não impede de ajudar oficialmente. Já fez isso no passado. Oficialmente esse cargo não tem a intenção de ser criado, mas isso não quer dizer que a gente não tenha uma pessoa ajudando neste sentido. E toda vez por questão de governança, temos de falar em casos de sucesso foi algo combinado com todas as partes. Não podemos impor algo sem que o Dorival esteja confortável”, continuou Pinotti.
O executivo voltou a bancar Dorival Júnior e sustentou a afirmação dizendo que “acredita em continuidade, não dá para ficar trocando toda a hora. O caminho não é esse”. Além disso, negou problemas de relacionamento com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva e qualquer incômodo com as cobranças internas e de torcedores que tem recebido.
“Pressão faz parte da vida e eu sabia que enfrentaria isso. Sei conviver com democracia com as opiniões do presidente. Tenho confiança no trabalho, meu e de todos no CT, com as mudanças de capacitação que fizemos. Tenho muita confiança com o Leco, decidimos em conjunto, ninguém decide sozinho, por mais que ele seja nosso comandante maior”, explicou.
Por fim, Pinotti disse que o pedido da torcida organizada Independente por uma reunião com elenco, comissão técnica e diretoria ainda está sendo analisado.