UOL – Alexandre Praetzel
O São Paulo tropeçou na Ponte Preta e permaneceu na penúltima colocação do Campeonato Brasileiro com 24 pontos. O tricolor tinha a vitória parcial de 2 a 0, na mão, mas permitiu o empate do adversário. Um péssimo resultado pelas circunstâncias da partidas e pela situação da equipe. O blog entrevistou Marcos Guilherme. O atacante chegou há pouco no clube, mas já sente os efeitos negativos do momento e da pressão sobre o elenco. Confira a seguir.
O que está faltando para o time? Parece que em alguns momentos, dá um apagão.
Sim, concordo. Acho que o psicológico está muito abalado porque estávamos com 2 a 0 no placar, um jogo extremamente controlado, a Ponte dando espaços… Então fizemos 2 a 0, era ficar com a bola e trabalhar, mas quando fizemos o segundo recuamos, demos campo para a Ponte e eles foram chegando, chegando. Aí com a expulsão, ficou mais difícil correr atrás. A gente estava um pouco cansado. Infelizmente, tomamos o empate.
O que dá para projetar com uma sequência contra Vitória e Corinthians?
Ah, o tempo está passando. Rodada a rodada a gente vem falando a mesma coisa, mas o tempo está passando. Então a gente tem de levantar a cabeça. O Lugano falou uma coisa bem legal no vestiário. Ou a gente abaixa a cabeça e deixa eles pisarem na nossa cabeça ou a gente levanta a cabeça, coloca o peito à frente e sai dessa. A gente tem duas opções. Cabe a nós decidir qual delas é a melhor.
O ambiente está ruim no vestiário, com a troca de farpas entre Cueva e Rodrigo Caio?
Não estou sabendo disso que você falou. Tem de ver o que aconteceu, mas o ambiente não é ruim. A gente tem conversado dia-a-dia, é palestra, é tudo, é mudança de treinamento. Então, é no jogo que está o problema. Tem de se doar mais, tem de vencer, vencer.
O problema do São Paulo não é emocional?
Eu acho que sim, um pouco que sim, porque 2 a 0 na frente, o jogo controlado, a gente não podia ter tomado dois gols da forma que foram. Então, o emocional pesou um pouquinho e isso não pode acontecer num momento como esse. Nós sabemos que quando a fase é ruim, as coisas ruins vêm de uma forma muito intensa. Não creio que o São Paulo vá viver o ano inteiro numa fase ruim. Nunca vi disso. Tem uma fase, mas passa. Nossa fase vai passar, creio nisso. Tem de treinar e trabalhar para sair logo.
Você vê sinais hoje de que o São Paulo está mais próximo do rebaixamento?
Não, claro que não. A preocupação é que, rodada a rodada, o campeonato está passando e a gente tem de vir aqui explicar todo jogo. Então, não pode. A gente tem de vencer o quanto antes para poder mudar o discurso, subir, sair dessa, para poder respirar. Realmente, é preocupante.
Marcos Guilherme tem dado conta do recado. Disputou sete jogos e marcou três gols. O São Paulo volta a atuar, domingo, contra o Vitória, em Salvador. É um confronto direto porque os baianos têm 26 pontos, dois a mais que o tricolor.