GloboEsporte.com
Marcelo Hazan
Grupos de oposição pedem reunião extraordinária para Vinicius Pinotti explicar relação financeira com Alan Cimerman.
Grupos de conselheiros de oposição do São Paulo entregaram um requerimento na secretaria do clube pedindo uma reunião extraordinária no Conselho Deliberativo.
Motivo: os conselheiros querem a convocação do diretor executivo Vinicius Pinotti para explicar como funcionava a relação financeira entre ele e o ex-gerente de marketing Alan Cimernan.
O ex-dirigente foi demitido por justa causa acusado de um esquema irregular na venda de ingressos e camarotes para shows que serão realizados no Morumbi.
Entre os conselheiros que encabeçam a iniciativa estão Olten Ayres de Abreu Junior, Douglas Eleuterio Schwartzmann, Dorival José Decoussau e Newton do Chapéu, entre outros. Eles enumeram 13 questionamentos no requerimento enviado ao São Paulo.
São necessárias 50 assinaturas para a realização da reunião extraordinária. O grupo diz ter aproximadamente 60 nomes. O requerimento será analisado pelo presidente do Conselho, Marcelo Abranches Pupo Barboza, que tem até 30 dias para convocar marcar a reunião. O próximo encontro ordinário do Conselho é no fim do mês.
No fim de setembro, Pinotti explicou ao GloboEsporte.com o motivo dos pagamentos:
– Paguei a cirurgia cardíaca do pai e a faculdade da filha. Não entendo qual o problema. Querem me atacar, é uma questão puramente política. Eu disse que poderia ajudar, mas que tinha que justificar para o Fisco. Não entendo qual a relação disso com o que aconteceu na venda do U2. Quando fiz os pagamentos, o Alan se mostrava ser um bom funcionário. Foi depois que tudo aconteceu – afirmou.
– Fui ajudar uma pessoa que precisava, dei uma segunda chance para vida dele e acabo prejudicado. As notas fiscais foram oferecidas por ele no intuito de formalizar essa ajuda. Tudo que eu faço é limpo e transparente. Minha vida é honesta e correta. Eu tirei dinheiro do meu bolso para ajudar alguém, como faço com várias pessoas e acabei prejudicado. Eu me arrependo de ter ajudado. O tempo é o senhor da razão – disse Pinotti.
Daniel Bialski, advogado de Cimerman, afirma não ser correta a versão do diretor do São Paulo.
– Não entendi por que ele disse isso. Alan prestava serviços de relações públicas, de marketing, o tipo de serviço que a empresa dele presta. Os pagamentos eram feitos pelo próprio Vinicius Pinotti, nunca pelo São Paulo.
ENTENDA O CASO
Entre os meses de março de 2016 e abril de 2017, o diretor executivo de futebol do São Paulo, Vinicius Pinotti, fez 15 pagamentos de R$ 9.100 para o então gerente de marketing do clube, Alan Cimerman – num total de de R$ 136.500.
Alan Cimerman havia sido contratado em fevereiro de 2016, a pedido de Vinicius Pinotti, que na época era diretor de marketing. Durante o ano e meio em que trabalhou no São Paulo, Cimerman recebeu um salário de R$ 35 mil mensais – além dos R$ 136.500 pagos pelo diretor entre março do ano passado e abril deste ano.
Em relação ao caso do ex-gerente de marketing e os shows no Morumbi (banda U2 e o cantor Bruno Mars), o São Paulo calcula um desvio de R$ 1,5 milhão, depositado na conta pessoal de um familiar de primeiro grau de Alan. A polícia instaurou inquérito e investiga o caso.