Ele foi resposta do São Paulo ao Palmeiras pós-Dudu. Hoje, desafia o PSG

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  • Nicolas Tucat/AFP

    Jonathan Cafu comemora após marcar pelo Bordeaux contra o Guingamp

  • Jonathan Cafu comemora após marcar pelo Bordeaux contra o Guingamp

Em janeiro de 2015, Jonathan Cafu estava perto de se tornar jogador do Palmeiras quando o clube anunciou a contratação de Dudu, atacante que o São Paulo trabalhava para contratar. Dias depois, o jogador assinou com o clube do Morumbi, que tentava dar a “resposta” ao rival. Pouco mais de dois anos depois, o ponta é uma das armas do Bordeaux, clube que tenta ameaçar o domínio do Paris Saint-Germain no Campeonato Francês.

Cafu havia se destacado jogando pela Ponte Preta em 2014, quando marcou seis gols em 32 partidas na Série B pelo clube do interior. Inicialmente, o jogador chamou a atenção do Palmeiras, que havia acabado de contratar Alexandre Mattos e passava por grande reformulação após quase ser rebaixado no Campeonato Brasileiro.

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As coisas mudaram para Cafu no dia 11 de janeiro de 2015, quando o Palmeiras anunciou a contratação de Dudu, que estava emprestado pelo Dínamo de Kiev ao Grêmio e era disputado por São Paulo e Corinthians. Apesar de já ter assinado alguns documentos com o ex-Ponte Preta, o alviverde desacelerou a negociação após ter conseguido fechar com o reforço de peso.

Depois de ter perdido Dudu para o rival, o São Paulo somou a necessidade de uma contratação para a posição com o desejo de dar o troco e procurou Cafu. O clube do Morumbi confirmou o acerto com o jogador em 14 de janeiro, três dias depois do anúncio do alviverde.

“Foi bom para mim, porque tive a oportunidade de jogar no São Paulo. O Dudu estava sendo cogitado pelo São Paulo, e eu pelo Palmeiras. Em dois dias, mudou tudo. Foi questão de dois dias. Foi uma semana atribulada. Tentei ficar tranquilo, mas foi difícil”, relembrou Cafu, em entrevista ao UOL Esporte.

A passagem do jogador pelo Morumbi não durou muito. Cafu se transferiu para o Ludogorets, da Bulgária, no fim do julho daquele ano. Mesmo assim, se lembra com carinho do São Paulo. O atacante disputou 12 jogos pelo clube paulista, sendo titular em um deles, e fez um gol, em partida contra o Danúbio, válida pela Copa Libertadores da América.

“Fiquei feliz por ter jogado no São Paulo. Foi um clube que me acatou. Se eu puder voltar um dia… Mas agora estou com pensamento no Bordeaux”, afirmou.

Da infância difícil à França

Hoje com 26 anos de idade, Cafu nasceu em Piracicaba, no interior paulista. Na infância, o jogador chegou a distribuir panfletos para ajudar a completar a renda da família. Por isso, a transferência para o São Paulo, que marcou o início da sua trajetória rumo à Europa, foi importante para ele.

Do Morumbi para a Bulgária, Cafu não demorou para se destacar pelo Ludogorets. O brasileiro disputou 23 jogos pelo time na temporada 2015/2016, sendo titular em 21 deles, e marcou sete gols.

Na temporada seguinte, Cafu ficou em evidência na Europa ao marcar dois gols em seis jogos na fase de grupos da Liga dos Campeões. No total, o atacante disputou 43 jogos em 2016/2017, sendo titular em 42, e fez 14 gols.

O desempenho chamou a atenção do Bordeaux, que investiu 7,5 milhões de euros (cerca de R$ 27,5 milhões, na cotação atual) para tê-lo como reforço para a temporada 2017/2018.

“Está sendo uma fase de adaptação para mim. O campeonato da Bulgária está muito abaixo do Francês. Aqui tem muita força”, avaliou o jogador, que já disputou sete jogos pelo clube francês, saindo do banco de reservas em seis deles, e fez um gol.

De acordo com Cafu, a parte física é o principal desafio para sua completa adaptação ao francês. “Aqui é um futebol de muita força, e por isso o ritmo é muito alto. Tenho que me adaptar o mais rapidamente possível”, declarou.

Resenha brasileira

Enquanto tenta se adaptar completamente ao futebol francês, Cafu conta com a parceria dos outros jogadores brasileiros do Bordeaux. O volante Otávio, ex-Atlético-PR, foi contratado pouco antes do atacante, assim como o meia Matheus Pereira, emprestado pela Juventus. O destaque entre eles é o ex-corintiano Malcom, protagonista da equipe.

“O Malcom está em sua segunda temporada no Bordeaux, e já tem a responsabilidade de levar o time. Vestiu a camisa e não sentiu. Vive grande fase”, disse Cafu.

De acordo com o atacante, a amizade dos brasileiros fora de campo pode virar um trunfo para o Bordeaux se for transferida para dentro das quatro linhas.

“Claro que com responsabilidade, mas a gente sempre joga junto. Brasileiro gosta de jogar perto, de jogar rápido. Se entrosar dentro de campo, vai ser difícil segurar”, projetou.

Nicolas Tucat/AFP Malcom afaga Jonathan Cafu durante jogo do Bordeaux contra o Troyes

Perseguição ao PSG

Cafu foi um dos nove reforços do Bordeaux para a temporada 2017/2018. O clube investiu 31,6 milhões de euros (cerca de R$ 115,9 milhões) depois de terminar a edição anterior do Francês na sexta colocação. De acordo com o brasileiro, a meta é brigar pelo título do nacional.

“O time passou por uma reformulação. Contrataram bastante para brigar, e o time encaixou. Fico feliz de estar fazendo parte desse grupo. Estamos bem nas competições”, elogiou.

Para ser campeão, o Bordeaux tem a dura missão de desafiar o PSG de Neymar, Kylian Mbappé, Edinson Cavani e companhia. O time de Cafu vinha invicto no Francês até a derrota por 6 a 2 para os parisienses no último sábado (30), no Parc de Princes. De acordo com o jogador, a reunião de estrelas não surpreende.

“Méritos para eles. Se eles estão no PSG, é pelo que fizeram no decorrer da carreira. Hoje, é um dos times a serem batidos no mundo”, exaltou.

Após oito rodadas, o PSG lidera o Francês com 22 pontos, enquanto o Bordeaux aparece na sexta colocação, com 15. Será que dá para sonhar?

“É sempre bom correr pelas beiradas. Vamos ser os mineirinhos”.