UOL – Vanderlei Lima e Leandro Miranda
Quando um torcedor do São Paulo encontra o ex-volante Fábio Simplício, a chance é grande de uma cena vir imediatamente à cabeça: a briga com o então jovem meia Diego, do Santos, que acabara de fazer um gol em um clássico e comemorar em cima do símbolo do time rival no Morumbi. Isso foi em 2002, mas até hoje, 15 anos depois, o ex-jogador reconhece que esse é seu momento mais marcante com a camisa tricolor.
“Eu não queria ser muito reconhecido por este fato, mas hoje, aonde eu vou, os são-paulinos que me encontram lembram disso. Virou uma marca. Graças a Deus, não teve violência, não teve pancadaria, mas foi um gesto meu. Do nada ali me deu um estalo, eu fui defender o símbolo do São Paulo. Esse jogo ficou para a memória”, conta Simplício ao UOL Esporte.
Aposentado desde o ano passado, após passagem pelo Batatais no interior paulista, o agora ex-atleta de 38 anos vai torcer pelo São Paulo no clássico deste sábado (27), a partir das 17h, pelo Brasileirão. Contra um dos rivais que mais marcou sua carreira, Simplício espera um jogo duro e uma vitória apertada.
“Quando se trata de Santos x São Paulo, é difícil dizer o favoritismo. Eu estarei lá torcendo para o nosso Tricolor no Pacaembu, claro. Pela situação, tudo o que o São Paulo está vivendo, a vitória para a gente ficar mais tranquilo na tabela é muito importante. Eu aposto no 1 a 0, resultado magrinho porque é um jogo sempre apertado”, diz.
Elogios a Hernanes e a certeza: SP não cai
Revelado no próprio São Paulo em 2000 e com passagens por Parma, Palermo, Roma, Cerezo Osaka, Vissel Kobe e Batatais, Simplício ainda mantém uma identificação forte com o clube do Morumbi. Ele tem acompanhado o time no Brasileirão e assegura que o torcedor não precisa se preocupar com um possível rebaixamento.
“Eu tenho certeza que não cai, porque você vê os times que estão embaixo, os confrontos que tem pela frente… O São Paulo vai ter a oportunidade de jogar duas partidas em casa, já passou pelo Flamengo, agora vai ter o Santos. Nos outros times você vê as deficiências técnicas, é muito visível, e o São Paulo hoje, mesmo com a dificuldade, tem jogadores diferenciados”, analisa ele.
Para o ex-meio-campista, o principal fator para que o São Paulo escape da degola tem nome: Hernanes.
“A chegada do Hernanes foi um fator fundamental para essa equipe não cair. O São Paulo acabou perdendo a liderança por causa da saída do Rogério Ceni, e a diretoria foi muito bem em trazer o Hernanes de volta. Ele é um cara muito identificado com a torcida, todo mundo adora o jogador, dentro e fora de campo ele é um exemplo de pessoa”, elogia.
“Você vê que o Hernanes chamou a responsabilidade para si, e isso está fazendo a diferença. Se não tivesse o Hernanes, eu creio que a situação estaria complicada. Ele chegou na metade do campeonato e tem mais gols que muitos jogadores que estão desde o início, então ele está fazendo a diferença. Com os gols, com as jogadas e com a presença dele em campo”, conclui.