No CT do São Paulo, Ederson recorda choro provocado pelo clube

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GazetaEsportiva.net

Goleiro do Manchester City foi dispensado das categorias de base do São Paulo (foto: Pedro Martins/Mowa Press)

Hoje na Seleção Brasileira, o goleiro Ederson enfim trabalhou no centro de treinamento do clube em que gostaria de ter iniciado a sua trajetória profissional. Aos 24 anos, o jogador do Manchester City, da Inglaterra, ainda fala com pesar do dia em que foi dispensado das categorias de base do São Paulo.

“Sou de Osasco e tive uma passagem de quatro anos pelo São Paulo. Infelizmente, fui mandado embora por telefone, uma coisa que me deixou bem chateado. Tinha 15 anos na época e não soube lidar bem com aquilo”, contou Ederson, na tarde desta sexta-feira, ao final do treinamento que o Brasil realizou no CT são-paulino. Na noite de terça-feira, ele será titular do time que encerrará a vitoriosa campanha nas Eliminatórias para a Copa do Mundo contra o Chile, no Palestra Itália.

Há quase uma década, não foi nem sequer Ederson quem estava ao telefone na fatídica ligação da direção da base do São Paulo. “Aquilo pesou muito. Eu não estava em casa na hora. Foi a minha mãe que atendeu. Quando cheguei, ela não sabia como me informar. Acabou falando, e fui para o meu cantinho chorar muito. Passei um mês tranquilo, em casa, esquecendo o futebol. Depois, voltei para o terrão, para a escolinha do meu bairro, que me revelou”, disse.

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Ederson ficou pouco tempo na antiga escolinha. Acolhido pelos pais, recebeu uma proposta para se transferir para o Benfica, de Portugal, e não hesitou em tentar a sorte no futebol europeu. “Foi uma saída precoce, mas me formei como homem e pessoa lá. Aprendi muitas coisas. Já sou um garoto maduro, que viveu muito e passou por dificuldades. Soube aproveitar as minhas oportunidades. Quero fazer isso no próximo jogo”, avisou.

O próximo jogo será bastante especial para o atleta do Manchester City. Na cidade do Tricolor paulista, ele terá a chance de mostrar o seu potencial a quem ainda não o conhece no Brasil. O técnico Tite já pretendia escalá-lo no empate por 0 a 0 com a Bolívia, na quinta-feira, mas considerou injusto promover o teste justamente na altitude de La Paz.

“Estou tendo uma visibilidade maior no futebol inglês, que é mais visto no Brasil. Agora, terei uma chance muito importante para mostrar o que sei fazer. Quero fazer um bom papel”, almejou.

Ederson é o segundo goleiro na preferência da comissão técnica da Seleção Brasileira, atrás do titular Alisson, da italiana Roma, e à frente de Cássio, do Corinthians. “As três vagas da posição na Copa do Mundo ainda estão abertas. Há muito chão pela frente. Precisamos continuar em alto nível nos nossos clubes”, conscientizou-se o ex-são-paulino, escaldado por já ter sido preterido no passado.