LANCE
Prováveis donos das laterais na partida de sábado estão entre os titulares mais novos dos times e utilizam o último clássico de suas equipes neste Brasileiro para mostrar valor
Dos dois, quem está mais firme, embora seja o titular mais novo do time, é Éder Militão. Volante e zagueiro enquanto estava na base, o jogador de 19 anos não conseguiu se firmar nessas posições entre os profissionais. Mas acabou se firmando no time como lateral-direito, curiosamente a função que seu pai, Valdo, campeão paulista e da Copa do Brasil em 1995 pelo rival Corinthians.
O técnico Dorival Júnior resolveu apostar em Militão como lateral-direito logo após a fraca atuação de Buffarini na derrota por 4 a 2 para o Palmeiras, em 27 de agosto, e o garoto já tem oito partidas consecutivas na posição. Ganha elogios pela força defensiva que dá, deixando atletas do setor ofensivo mais soltos, e já é citado como um dos fatores de diferença para o time melhorar.
Militão estreou como profissional exatamente neste Brasileiro, na primeira rodada, alternando-se como zagueiro e volante na derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro, em 14 de maio. De lá para cá, perdeu espaço com Rogério Ceni, mas agradou Dorival Júnior. Se for bem contra o Santos, é mais um passo para provar adaptação à lateral e que diretoria e comissão técnica, insatisfeitas com Bruno e Buffarini, não precisam buscar um novo titular para o setor em 2018.
Com a ausência de Victor Ferraz, lesionado durante os últimos sete jogos do Santos, Daniel Guedes teve uma sequência de seis jogos como titular, chance que sonhava ter desde 2014, quando foi promovido ao profissional, após ter sido campeão da Copa São Paulo.
Porém, na vitória sobre o Atlético-GO, na última rodada, o camisa 38 foi surpreendido com a mudança feita pelo técnico Levir Culpi. Na ocasião, Zeca foi improvisado na lateral direita e Jean Mota na esquerda. Com isso, Daniel foi para o banco.
Mas na semana do clássico, o garoto voltou a treinar entre os titulares, mesmo com o retorno de Victor Ferraz do departamento médico. O camisa 4 ainda busca ritmo de jogo e trabalha entre reservas.
No último clássico vencido pelo Peixe – contra o Palmeiras, por 1 a 0, no Allianz Parque – Daniel Guedes foi titular e agradou a comissão técnica.
Na análise das estatísticas do Footstats, há uma semelhança entre Militão e Daniel Guedes além da busca por afirmação. Os números provam que, apesar de cada um ter feito um gol no Brasileiro (o são-paulino em cabeceio contra o Vitória, e o santista cobrando falta para definir a vitória sobre o Atlético-MG), ambos têm como trunfo suas ações defensivas.
Militão, com 17 partidas no Brasileiro, conta com 23 desarmes certos (85,2% das tentativas) e quatro errados. No mesmo quesito, Daniel Guedes, com 13 jogos na competição, acertou 17 vezes (81% das tentativas) e falhou em outras quatro.
Nos quesitos ofensivos, ambos deixam a desejar. Militão acertou 14 lançamentos, errando outros 34, com um aproveitamento de 29,2%. Bem similar aos 28,1% de Daniel Guedes, com nove acertos e 23 erros no quesito. Em cruzamentos, o índice é ainda pior para os dois: Militão só acertou 5% (um certo e 19 errados) e Daniel Guedes, 13,5% (12 certos e 77 errados).
Mas Daniel Guedes, ao menos, é mais efetivo. Já deu uma assistência para gol e outros dez passes para finalização. Militão passou cinco vezes para um companheiro finalizar, e nenhuma delas terminou nas redes adversárias.