UOL – Bruno Grossi e José Eduardo Martins
PHILIPPE HUGUEN/AFP
O São Paulo se arma para fechar a temporada 2017 com as contas em dias e o caixa em ordem. Como acontece em todo fim de ano em qualquer empresa, os gastos aumentam nos meses de novembro e dezembro por conta de despesas com funcionários e atletas, como o 13º salário e férias. Por isso, o departamento financeiro tenta traçar uma estratégia para para saldar todos os seus débitos sem precisar fazer um empréstimo bancário com juros elevados.
Por ter superado as expectativas com vendas de jogadores, o clube não precisou pedir R$ 70 milhões a instituições financeiras, como era previsto no início do ano para evitar apertos no fim da temporada, e ainda conseguiu diminuir as dívidas bancárias geradas por empréstimos antigos. Ainda assim, no entanto, ocorreu um descompasso entre os recebíveis e os compromissos financeiros do São Paulo. O valor de algumas negociações, por exemplo, não entrou integralmente nos cofres do clube, o que interfere nas contas.
No total, em 2017, o clube movimentou aproximadamente R$ 181 milhões com a venda de jogadores. Foram negociados David Neres, Lyanco, Luisão, Galván, Maicon, Luiz Araújo e Thiago Mendes. Parte desse valor foi diluído com empresários, outros clubes que tinham porcentagem ou novas transações – como no caso de Luisão, que foi para o Porto como parte do pagamento de Maicon. Mesmo a parte que cabe ao São Paulo não está necessariamente nos cofres tricolores. Como o valor das negociações às vezes é parcelado, em alguns casos a diretoria só recebeu parte do montante total a que tem direito.
Justamente por isso, uma das alternativas estudadas é uma tentativa de acordo com o Lille, da França, para antecipar prestações das vendas de Luiz Araújo e Thiago Mendes. O atacante foi negociado por 10,5 milhões de euros (R$ 40,11 milhões), sendo que o São Paulo tinha direito a 8 milhões de euros (R$ 30,56 milhões); o volante saiu por 9 milhões de euros (R$ 34,38 milhões), com cerca de 7,2 milhões de euros (R$ 27,5 milhões) para o Tricolor.
Outra possibilidade seria acertar com a Globo o pagamento de luvas pelos direitos de transmissão do Brasileirão em TV aberta de 2019 até 2024. O clube havia recebido uma proposta de R$ 20 milhões no ano passado, mas a oferta foi recusada pelo Conselho Deliberativo tricolor. No jogo entre São Paulo e Fluminense, na última semana, no Rio de Janeiro, dirigentes paulistas abriram conversas com representantes da emissora.