UOL – José Eduardo Martins
Érico Leonan/saopaulofc.net
O São Paulo superou a sua pior crise neste Campeonato Brasileiro. Depois de ficar 14 rodadas entre as quatro últimas posições, a equipe respira mais tranquila no nacional e já começa até a vislumbrar a possibilidade de classificação para a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana. No entanto, os jogadores e comissão técnica evitam falar de outra coisa que não seja eliminar o risco de queda para a Série B.
“A gente brinca para acabar com isso logo, mas a dificuldade é muito grande. São cinco jogos sem perder, estamos em uma crescente absurda, nas cabeças do segundo turno. Nosso principal erro talvez tenha sido não ter essa regularidade ao longo do ano. Precisamos vencer logo. Talvez, na próxima rodada, nem precise dos 47, mas traçamos essa meta para pensar só em nós. Olhávamos antes, imaginando derrotas de outros, mas o campeonato não é assim. Temos de dar nosso jeito, buscar a vitória e pensar no São Paulo. É atingir logo os 47 pontos para não ter risco, porque os matemáticos também erram às vezes”, disse o volante Petros.
O time enfrenta o Grêmio nesta quarta-feira, em Porto Alegre, e pode conseguir praticamente acabar matematicamente qualquer possibilidade de rebaixamento. Em recuperação neste Brasileiro, o Tricolor está há cinco jogos invicto – a última derrota foi contra o Fluminense no dia 18 de outubro. Caso Grêmio e Flamengo conquistem a Libertadores e a Copa do Brasil, respectivamente, os nove mais bem colocados do Brasileiro conquistam vaga para a Libertadores.
“Não seria de lambuja [a vaga para a Libertadores], não seria o termo mais apropriado, porque é um trabalho consistente, visando coisas grandes, como São Paulo merece. Mas é um ano difícil. Sempre fui contra a situação da Libertadores, essa euforia. Talvez nem todos estejam acompanhando futebol sul-americano, mas Lanús é uma excelente equipe, ainda tem uma final de Libertadores. Contam com Flamengo e Grêmio como campeões. Colocam G9, e tem final. Como falavam que estávamos rebaixados, faltando um turno inteiro. Se ganharmos quatro jogos, o que é muito difícil, você pode chegar e, se Flamengo e Grêmio forem campeões, tudo bem. Mas a nossa concentração é livrar o São Paulo deste ano que não foi tão bom nem condiz com a camisa do clube”, afirmou Petros.
Mesmo sem ainda saber quais torneios vai disputar no próximo ano, o São Paulo já começa a planejar 2018. Petros espera que a base do time seja mantida para a temporada seguinte.
“Sempre fui positivo, desde que cheguei. Chegaram a dizer que eu não queria ver a realidade. Eu preferi me entregar, esse foi o grande ponto do ano. Se o grupo demonstrasse fraqueza, sem dúvida estaríamos rebaixados há três meses. Todo esse sofrimento, o que apanhamos e escutamos, isso fortaleceu o grupo de um jeito que ninguém pode imaginar, por isso precisa manter essa base. Doeu muito escutar o que escutamos, passar 14 rodadas na zona de rebaixamento. Estamos muito fortalecidos como grupo. Por isso, é importante manter a base, porque será um ano muito vitorioso o próximo ano”, destacou o volante, que ressaltou o fato de o calendário do futebol ser diferente em 2018 por conta da Copa do Mundo.
“Será um ano atípico, muito curto, a pré-temporada será mais rápida. Sairemos de férias e, quando piscar o olho, já tem o Paulista. Mas será um ano bem diferente. Em alguns momentos, você precisa sofrer para aprender, e o São Paulo viu que precisa voltar a ser modelo de gestão, uma equipe campeã pela sua torcida. Com certeza, diretoria e Dorival montarão equipe para ter vitórias. Pouco clubes têm essa estrutura, com esse modelo de gestão e essa condição financeira, com os funcionários que tem, desde quem faz a limpeza aqui. O São Paulo não pode disputar coisas muito pequenas.”
