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Marcello Zambrana/AGIF
Não se fala em Copa Libertadores no São Paulo Futebol Clube. Ao menos publicamente é assim: tanto o técnico Dorival Jr. quanto o elenco evitam estipular como meta uma vaga no torneio internacional. Só se fala nos 47 pontos, o objetivo mágico que garante a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro.
“Temos primeiro de vencer, acabar com essa coisa de rebaixamento, para depois pensar em outra situação”, diz Hernanes. “De imediato, queremos encerrar o assunto rebaixamento”, completa Sidão, que é acompanhado por Rodrigo Caio. “Matematicamente ainda não estamos livres do rebaixamento, e isso nos afeta.”
Todas as declarações foram dadas após o 1 a 1 com o Vasco da Gama, em São Januário, no último domingo (12). As reações dizem muito sobre as ambições tricolores: o empate seria ruim se considerado em uma possível briga por Libertadores, mas foi satisfatório por ser pensado dentro da perseguição “aos 47”. Foi esta, inclusive, a conclusão de Dorival Júnior, que aprovou “um ponto aqui e outro ali” conquistados nas últimas duas rodadas.
A bem da verdade, o risco de rebaixamento do São Paulo já não é mais um fantasma. O time somou 11 pontos nas últimas cinco rodadas, período em que nenhuma das equipes da zona de rebaixamento passou dos quatro. O aproveitamento na sequência sem derrotas colocou o time do Morumbi em outro patamar no Brasileirão — trocou a luta desesperada pela zona intermediária na tabela —, mas o discurso segue o mesmo de semanas atrás.
“Pés no chão, porque temos outro jogo difícil com o Grêmio. Precisamos pontuar, quem sabe até vencer para acabar com isso o quanto antes. Enquanto não atingirmos essa marca [de 47 pontos] não podemos pensar que estamos livres”, diz Petros, abertamente, referindo-se ao próximo compromisso tricolor, às 19h30 (de Brasília) de quarta-feira (15).
O paradoxo é que o São Paulo, com 45 pontos, está mais perto do sexto colocado Botafogo (51) do que do 17º Sport (36). Isso para não falar da possibilidade de duas novas vagas na Copa Libertadores sobrarem para sétimo e oitavo lugar no Brasileirão, a depender dos desempenhos de Grêmio e Flamengo nos mata-matas internacionais.
Seja qual for o objetivo, o São Paulo tem quatro jogos para fazer as pazes com o torcedor e não permitir que 2017 seja um ano apenas de decepções. Os adversários dos próximos 20 dias são Grêmio (fora), Botafogo (casa), Coritiba (fora) e Bahia (casa).