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Agente com mais clientes no Corinthians, Garcia tem feito negócios no SP
A recente possibilidade de troca entre São Paulo e Corinthians pelo atacante Lucca e o lateral Júnior Tavares foi pelo menos a terceira tentativa nos últimos meses, sem sucesso, do empresário Fernando Garcia em promover negociações entre os rivais paulistas. Garcia é ex-conselheiro corintiano e seu irmão, Paulo, é pré-candidato à presidência do clube. Só que hoje é no Morumbi, mais especificamente com o presidente Leco, que ele possui maior abertura.
Depois de tentar fazer o São Paulo adquirir o goleiro Walter e também oferecer no rival a contratação do zagueiro corintiano Pablo, o agente, que possui a empresa Elenko Sports, buscou unir as partes por um negócio entre Lucca e Júnior Tavares. O negócio, que não chegou a interessar a todas as partes envolvidas, foi definitivamente descartado depois de a mãe de Tavares fazer um desabafo público contra o Corinthians e seus torcedores.
Um dos sócios na transferência do corintiano Guilherme Arana ao Sevilla, Garcia resolveu buscar um jogador que agradava diretoria e comissão no Corinthians. Por outro lado, Lucca estava valorizado pela temporada em empréstimo à Ponte Preta e também agrada a Dorival Júnior no São Paulo. Não funcionou.
Do lado do São Paulo, não houve, no treinador e na diretoria, interesse concreto na transferência, principalmente por empréstimo, como foi apresentado o negócio. Dorival, apesar da grande possibilidade de ter Reinaldo e Edimar em 2018, gosta do futebol de Tavares e tem utilizado o jogador em outras posições, no meio-campo.
Já o Corinthians até admitiu avaliar bem o nome de Tavares, visto como um atleta de potencial, mas havia dúvidas se o negócio poderia prosperar no Morumbi. A diferença de seis anos de idade entre os dois jogadores, de posições também distintas, limitou a parte comercial para uma transferência.
Walter e Pablo no Morumbi?
No São Paulo, Fernando Garcia começou a se aproximar do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva quando negociou a chegada de Petros ao Morumbi. No meio das tratativas, apareceu a chance de contratar Matheus Jesus, que seria comprado pelo Estoril Praia, de Portugal, e seria repassado ao Tricolor. A negociação não andou e o Santos acabou ficando com o meio-campista. Outro negócio discutido com ele foi Fernando Bob, hoje na Ponte Preta, e que pertence ao Internacional.
Pouco depois, Fernando perguntou se o nome de Walter, goleiro do próprio Corinthians, interessava aos tricolores. A diretoria consultou a comissão técnica, que aprovou a sugestão, mas nenhuma proposta oficial foi feita ao Corinthians. Apenas consultas sobre condições de acerto com o arqueiro foram realizadas e sempre por meio de Garcia. Verbalmente, a direção corintiana disse ter recebido uma oferta de R$ 5,5 milhões.
Meses mais tarde, o empresário voltou a procurar o São Paulo para oferecer o zagueiro Pablo, mais um corintiano. O defensor, entretanto, afirmou que nenhum outro agente respondia por ele além de Fernando César, seu parceiro desde o início da carreira. A situação gerou incômodo em Pablo, que ainda negociava a permanência no Corinthians. A pedido de César, seu procurador, ele emitiu nota oficial para esclarecer que nenhum intermediário falava por ele.
Influência no Corinthians diminui desde a saída de Malcom
Depois de pressionar e conseguir a venda de Malcom ao Bordeaux-FRA, no início de 2016, Garcia viu seu espaço diminuir dentro do Corinthians. O próprio Tite, então treinador, chegou a fazer críticas públicas à atuação do empresário naquele episódio. Ele, que chegou a ter quase um time de representados no elenco, teve mais dificuldades em fazer negócios com o futebol centralizado no trio Roberto de Andrade (presidente), Flávio Adauto (diretor) e Alessandro (gerente).
No elenco campeão brasileiro, os laterais Marciel e Guilherme Arana (vendido ao Sevilla), além do zagueiro Vílson, são os únicos jogadores que têm Fernando como agente. Ele também possui direitos econômicos do goleiro Walter e uma pequena participação na procuração do volante Maycon.