Estudo é entregue, e São Paulo debaterá criação de empresa para gerir futebol

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Rádio Jovem Pan

Rubens Chiri/São Paulo/DivulgaçãoLeco, São PauloO presidente do São Paulo, Leco, quer separar o futebol profissional das atividades amadoras e sociais do clube

Escolhidos pelo presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, para tratar da divisão do futebol profissional das atividades sociais e amadoras do clube, José Francisco Manssur e Rodrigo Monteiro de Castro entregaram na última quinta-feira o estudo de viabilidade econômica da separação.

O documento, que foi entregue a representantes do Conselho de Administração do São Paulo, apresenta números que provam ser vantajosa para o clube a criação de uma empresa para gerir o futebol profissional – essa área seria desmembrada da parte social e passaria a ser administrada por uma equipe de executivos remunerados, e não mais exclusivamente pelo presidente.

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“A ideia é que o futebol seja gerido por uma empresa, a São Paulo Futebol Clube S.A., ou qualquer que seja o nome. Essa empresa vai ter condições de obter financiamento no mercado, mudar a forma de governança no futebol e, principalmente, manter íntegra a área social do clube, que continuaria sendo administrada como uma associação”, explicou Manssur, em entrevista exclusiva a Daniel Lian, para a Rádio Jovem Pan.

A princípio, o São Paulo seria dono de 100% dessa empresa. Futuramente, no entanto, poderia abrir capital e obter financiamento a partir da compra de ações – neste caso, segundo Manssur, haveria regras que protegeriam o São Paulo e impediriam que os investidores tomassem o controle societário da empresa. O clube, representado pelo Conselho, deixaria de administrar o futebol para, na verdade, tornar-se o principal acionista da empresa responsável pelo setor.

“O futebol brasileiro bateu no teto em sua capacidade de geração de receita. Não podemos achar que vamos revelar um jogador de R$ 100 milhões por ano. Isso é esporádico. Patrocínios, bilheterias e contratos de TV também bateram no teto. Os clubes precisam encontrar outra forma de financiamento, e a adoção do modelo de empresa é a mais segura. Seria um grande avanço no que diz respeito à gestão”, justificou Manssur.

“Hoje, no São Paulo, os associados elegem os conselheiros, que elegem o presidente, que, por sua vez, comanda a área social, o futebol e o estádio. A separação visa a adotar um modelo de governança que possibilite que o futebol seja administrado de acordo com o que se vê de mais moderno no mundo… Uma gestão com todos os parâmetros de governança e de compliance”.

O estudo encomendado por Leco e desenvolvido por José Francisco Manssur e Rodrigo Monteiro de Castro foi entregue na última quinta-feira a Raí, novo diretor de futebol, e José Eduardo Mesquita Pimenta, Júlio Conejero e Silvio Médici, representantes do Conselho Administrativo. Para ser colocado em prática, terá de ainda ser aprovado pelo Conselho Consultivo, Conselho Deliberativo e Assembleia Geral dos Associados. A decisão final deve sair em maio de 2018.

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