UOL
Bruno Grossi
Lugano, enquanto recolhia seus pertences no CT da Barra Funda
Diego Lugano afirmou em entrevista ao “El Observador”, do Uruguai, que tende a aceitar o convite de retornar ao São Paulo após se aposentar. Ricardo Rocha, novo coordenador de futebol do Tricolor, já esclareceu que seu cargo não impede a volta do ídolo uruguaio. Então, o que falta para que o antigo camisa 5 retornar ao Morumbi?
O processo não é simples. Para entendê-lo, é preciso voltar algumas semanas no tempo, quando Lugano ainda jogava e o diretor-executivo de futebol do São Paulo ainda era Vinicius Pinotti. Os dois conversavam de maneira informal quando Pinotti disse que as portas do Tricolor estavam abertas para que ele seguisse carreira fora dos gramados.
Não foi discutida a área onde Lugano trabalharia, nem mesmo a nomenclatura ou as atribuições do cargo. O jogador agradeceu a oportunidade e prometeu considerar o tema em suas ponderações sobre continuar ou não jogando. Ali, o uruguaio vislumbrava com mais nitidez a sequência como atleta, mesmo aos 37 anos.
O futuro como zagueiro foi ganhando cada vez mais restrições. Primeiro, rejeitando a hipótese de atuar em algum clube do Uruguai. Depois, da América do Sul. Hoje, é possível resumir o leque de opções em mercados como Estados Unidos, China e Oriente Médio. Lugano pensa muito mais na oportunidade de formar os filhos em outras culturas do que em desafios esportivos ou ambições financeiras.
A vida de jogador foi minguando, enquanto o São Paulo se fortaleceu quando o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva procurou pessoas próximas a Lugano para entender o que está nos planos do uruguaio. Prefere trabalhar mais próximo da diretoria ou do elenco? Gostaria de auxiliar Dorival Júnior nos treinos ou Raí na montagem do elenco? Quer se especializar antes em alguma área?
Com as informações colhidas e sem nenhuma pressa, para não irritar o zagueiro em suas reflexões íntimas, o São Paulo agora se estrutura para uma oferta mais concreta. Ou seja, Lugano ainda precisa decidir se continua jogando, para depois avisar se gostaria de ouvir o Tricolor, analisar a proposta e só aí aceitá-la ou não.
É um processo delicado, que mexe com a cabeça turbulenta de quem pode mudar completamente de vida. E a diretoria são-paulina não quer apressar as etapas, por mais que a reapresentação do elenco aconteça já na próxima quarta-feira no CT da Barra Funda. Por mais que os jogadores aprovem a presença do ídolo mais uma vez para fortalecer os bastidores.