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Pedro Cuenca
Pense em todos os momentos grandes que o São Paulo teve nos últimos anos, sejam eles clássicos, decisões em mata-mata, disputas importantes, brigas por vagas em Libertadores e até mesmo contra o rebaixamento. Pensou? Ótimo, agora lembre quantos desses momentos acabaram em resultados negativos por conta de falhas bobas, individuais ou coletivas, da equipe dentro de campo. A grande maioria, eu diria. De expulsões idiotas, como a de Maicon na semifinal da Libertadores 2016, até apagões coletivos, como no primeiro gol sofrido para o Corinthians neste sábado. Há algo que não permite que o São Paulo engrene de vez, infelizmente.
No clássico do último sábado, mais uma derrota. Infelizmente já nos acostumamos a ser derrotados por nossos rivais nessa década, principalmente no Campeonato Paulista. Dois gols adversários, duas falhas feias do nosso time. No primeiro gol, ainda com um minuto de jogo, Jadson entrou sozinho na área com três marcadores correndo muito atrás. No segundo, Anderson Martins ficou perdido no escanteio e deixou Balbuena cabecear para o fundo das redes. Nos dois casos, fomos obrigados a correr atrás do prejuízo e tentar passar por uma sólida marcação.
A marcação do São Paulo, aliás, ainda é um problema. Se o time sabe tocar bem a bola e é obediente até demais a essa tática, sem a bola é um desespero. O adversário basicamente chegou duas vezes com perigo e em ambas as oportunidades balançou as redes. Esse foi o nível de desatenção e vacilos da defesa tricolor. Outro erro do time, como citado acima, é o excesso de passes. No segundo tempo do jogo contra o Corinthians, a posse de bola foi praticamente toda do Tricolor, mas o time não chuta contra o gol adversário e assim é impossível marcar. É preciso arriscar um pouco para tentar fazer gol.
Aliás, lógico que estão todos chateados com a derrota no clássico, ainda mais para um rival que tanto nos atormenta nos últimos anos, mas dizer que não há evolução no time do São Paulo é um erro. Todos são apaixonados e vão apontar erros ali e acolá. Falta ao Tricolor um pouco mais de aproximação, de incisão quanto tem a bola nos pés no campo de ataque. O time ainda parece muito passivo quando tem o controle das ações, estático e com jogadores automatizados para procurarem o companheiro no passe mesmo com o caminho livre até as redes.
O time ainda está no quarto jogo da temporada, nem mesmo janeiro terminou e precisamos sempre lembrar disso. Os jogos já estão melhorando, falta apenas não errar tanto para ter mais complicações como neste clássico. Dominar é interessante, claro, mas ganhar é melhor ainda. Em três dias, o São Paulo perdeu assim duas vezes, na base e no profissional. O caminho está feito, agora é trilhar e evitar tropeços. O ano não será fácil, nem por isso precisamos nos desesperar tão cedo.