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Caíque Toledo
Mesmo sendo um dos destaques do Paraná na última Série B do Campeonato Brasileiro, o zagueiro Iago Maidana foi emprestado ao Atlético-MG para 2018 e nunca vestirá a camisa do São Paulo, que investiu R$ 2 milhões para contatá-lo em 2015.
O defensor tinha vínculo com o São Paulo até setembro deste ano, mas o Tricolor prorrogou o contrato até o fim do ano para emprestá-lo ao time mineiro, que, logo após o fim do prazo, fechará em definitivo por quatro temporadas. Ainda não há divulgação se alguma compensação financeira foi cedida, mas é bem possível que não.
Para quem não lembra, Maidana foi o pivô do caso que culminou na renúncia de Carlos Miguel Aidar da presidência são-paulina – no fundo, já fez muito pela equipe. À época, com 19 anos, atuava no Criciúma e foi vendido por R$ 800 mil a empresários que o registraram no Monte Cristo, clube que disputa divisões inferiores em Goiás. Dias depois, chegou ao São Paulo por R$ 2 milhões. A negociação foi alvo de investigação do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), e o clube foi multado em R$ 100 mil. Antes, Aidar deixou o comando da instituição.
Seja pela briga judicial ou por estar indiretamente ligado ao ex-presidente, era sabido que Maidana teria poucas chances no São Paulo. Foi campeão da Libertadores Sub20 com André Jardine e, em 2017, foi emprestado a São Bernardo e Paraná. Brilhou na Série B do Brasileirão, marcando 5 gols em 26 partidas e se tornando um dos principais nomes do acesso dos paranaenses à elite.
O caminho normal era que voltasse ao Morumbi para, enfim, entrar em campo. O time perdeu Lugano, tem Aderllan como uma incógnita, e duvido muito que Maidana tenha menos qualidades que Bruno Alves ou até o jovem Rony, integrado do time de base. Poderia ser tranquilamente o quarto zagueiro do elenco, atrás dos titulares Rodrigo Caio e Arboleda, e do também jovem e já consolidado Militão.
No São Paulo, no entanto, nada acontece pelo caminho mais lógico. Quase foi envolvido com o Bahia no negócio de Jean e, agora, acerta em definitivo com o Atlético, que, nos moldes da negociação e pela bola jogada em 2017, acerta na contratação. Maidana deixa o Tricolor como prejuízo e, por mais que esteja longe de ser um craque da posição, é jovem, vem de boa temporada e com certeza poderia mostrar utilidade no elenco.
Infelizmente, mais uma vez a guerra política e a briga de egos do comando são-paulino prejudicam o clube. Não é a primeira vez que interesses pessoais são colocados à frente da instituição, e com certeza não será a última – nem com Leco e provavelmente nem com qualquer outro que assuma seu lugar.
É bom deixar claro que a ideia desse texto vai além das quatro linhas. Queria, sim, Maidana no elenco e brigando por oportunidades, mas a crítica maior é sobre a situação política são-paulina. A instituição agoniza a cada atitude pessoal mesquinha e que não pensa no melhor para o São Paulo Futebol Clube.