GloboEsporte.com
Meia ainda vai tentar convencer chineses do Hebei Fortune a o deixarem por mais seis meses no Tricolor, mas deixa claro que tendência é voltar para a China agora
Em sua entrevista, Hernanes falou em tom de despedida:
– Fiz contrato de três anos (com o Hebei Fortune) e tenho mais dois anos, sendo que em metade de 2017 o São Paulo assinou o empréstimo, mas com a condição de ter essa cláusula que o clube hoje exerceu. O São Paulo queria um ano de empréstimo, os chineses pediram seis meses e a cláusula. No começo de dezembro, eles exerceram a cláusula pedindo o retorno. Desde então, o São Paulo tem tentado de todas as formas me manter aqui. Conversei com dirigentes e treinador falando que seria importante permanecer, mas até então não teve jeito. Tenho de me reapresentar no dia 7 – disse Hernanes.
O meia afirmou que sai com a sensação de dever cumprido, principalmente por ter ajudado o São Paulo a evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
– É aquela máxima do Juscelino Kubitschek, cinquenta anos em cinco… foram três anos em seis meses. Agradeço, vai meu agradecimento.
À medida em que a entrevista foi se estendendo, Hernanes foi dando cada vez mais mostras de que a volta é irreversível.
– Vim para cumprir uma missão. Deu muito certo. Consegui com companheiros e todos começar um trabalho e cumprir a missão. Dar uma nova cara no segundo turno. Melhoramos nosso desempenho e performances. Consequentemente demos uma nova cara. É um novo começo. Saio com sentimento de que fui feliz. Fui eu mesmo, fui feliz. Realização. Ainda que não tenha ganhado títulos, a missão daquele momento era outra. Saio realizado – disse Hernanes.
Raí explicou o que a diretoria tem feito para manter Hernanes:
– O que o São Paulo ainda não fez? Eu conversei pessoalmente com o representante do Hernanes, através dele com o clube chinês, conversei com o treinador Pellegrini, o Hernanes também tentou de todas as formas. Em algum momento tivemos mais esperança. Abrimos uma possibilidade de fazer uma proposta… nossas limitações nos deixam mais longe do que ele tem garantido lá. Mas eles não abriram a possibilidade.
Hernanes admitiu que, saindo do São Paulo e voltando para a China, sua chance de ser convocado para a Copa do Mundo diminui consideravelmente.
– Se eu estivesse aqui atuando nesses meses, teria mais visibilidade. Indo para lá, com o campeonato começando só em março, vou fazer só amistosos. Eu vi o Tite falando, ele me conhece. Nesse período, além da minha qualidade, da minha força moral, de caráter, acho que foi algo improvável o que aconteceu: eu estava lá sem jogar e aqui aconteceu o que aconteceu. Eu já provei o que posso fazer. Seria melhor se eu estivesse aqui, dando mais visibilidade ao que comecei. Mas não é o fim do mundo.
Ricardo Rocha brincou com a situação:
– Sem querer fazer pressão no Tite, mas todas as seleções brasileiras campeãs do mundo tinham um pernambucano no elenco.
Hernanes foi questionado se se arrepende de ter assinado com um clube chinês. Ele respondeu:
– Não, eu vivia outra situação na Juventus. Não jogava… jogava pouco. Atuava fora da minha posição. Conversei com o treinador para jogar na minha posição, mas ele alegou que tinha evoluído e que estava bem naquela posição. Então, estava infeliz. Quando veio o clube chinês deu uma perspectiva, ainda que fosse em outro continente, de que fosse jogar na minha posição. Isso que me entusiasmou. Naquele momento assinei e não me arrependo de modo nenhum.