Helinho ressuscitou a alma dos pontas canhotos tricolores

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ESPNFC.com

Bruno de Oliveira

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Amigos, nossos aspirantes venceram o Cruzeiro por 1 a 0, um placar que, por se tratar de tal agremiação, jamais será magro. Vencer o time de azul, em qualquer instância e modalidade, deveria ser obrigação estatutária. Eliminá-los faz do torcedor tricolor um ser bestialmente feliz da cabeça aos calcanhares. Hoje, todo torcedor acordou patusca de pai e mãe de forma irremediável.

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Dizia que o São Paulo avançou na Copinha mantendo o ritmo das últimas partidas. Os mineiros, justiça seja feita, venderam caro a derrota e exigiram mais suor do nosso escrete. Exigiram também intervenção divina a nosso favor naquele lance do segundo tempo em que o atacante azul, cara a cara com o nosso arqueiro, isolou para o infinito um arremate que fatalmente seria gol em qualquer outra circunstância.

 

No entanto, a sorte ontem se vestiu de três cores. Não houve a fortuna do gol nos estertores da batalha, não houve mandinga de atacante em cobrança de falta que pudesse parar o ímpeto do plantel. E assim foi.

 

Tão sublime quanto eliminar ao quadro celeste é a canhota do Helinho. Bastou vê-lo entrar no segundo tempo para sentenciar aos amigos, mentalmente: está aí um gênio, está aí a nossa classificação às quartas de final. Não que eu seja daqueles otimistas de babar na gravata, pelo contrário. Na fila do mercado sempre acho que o cartão, sem saldo, não vai passar. Ainda que seja dia 5 e, o salário, devidamente depositado.

Acontece que a perna esquerda do Helinho abriu os nossos caminhos e, mais importante, nos proporcionou um momento que há tempos não víamos. Quando foi a última vez que, boca aberta, presenciamos um canhoto desequilibrar uma partida para o Tricolor? Quem foi o último grande canhoto com as nossas cores? Não exija da memória o que ela não pode te dar. Verdade seja dita, ainda que machuque – não lembramos.

 

Pois ontem a canhota do Helinho nos fez reviver momentos que vivemos, mas que por causa do endurecimento da memória nesses anos todos de estiagem, já esquecemos. Vi em sua atuação notas de Denílson, traços de Serginho, truques de Canhoteiro. Me arrisco e vou além, para delírio dos estatísticos e acadêmicos de plantão: contra o Cruzeiro, a canhota de Helinho teve a alma incorrigível e insolente de Mané.

 

O gol de Igor Gomes, é verdade, saiu do passe de outra perna esquerda, a de Liziero. Entretanto, foi a de Helinho que acabou decidindo o jogo. Isso porque foi a sua atuação pelo lado direito do campo que segurou o tempo, o Cruzeiro e o resultado. Os rivais não queriam mais empatar a partida com os minutos que restavam. Queriam parar Helinho a qualquer custo, e parar o camisa 22 ontem era uma tarefa impossível até mesmo para os deuses do Olimpo.

 

Que advogados e promotores de plantão não vejam o vídeo-tape com minúcia. O que ele fez ontem com o lateral azul Raphinha poderia facilmente ser a manchete policial dos jornais desta terça-feira. Foram dribles hediondos, dolosos, passíveis de acusação de maus-tratos em qualquer vara cível de Belo Horizonte.

 

Amigos, temos um ponta canhoto e driblador. Um privilégio, um sátiro em meio ao exército de brucutus que constituem o tal do futebol nos dias atuais. O futuro é promissor, senhores, querem mais o quê?

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