Papel depois de lesão na Copa de 94 inspira Ricardo Rocha no São Paulo

324

UOL

Ricardo Rocha chega ao São Paulo para ser coordenador de futebol, cargo que nunca exerceu, mas garante que a função não é novidade. Convidado por Raí, diretor executivo de futebol do clube, o ex-zagueiro disse que terá no Tricolor uma missão similar à que teve há 24 anos, quando ainda era jogador.

Na Copa do Mundo de 1994, Ricardo Rocha teve uma lesão muscular logo na estreia e não atuou mais. Mas atletas e membros da comissão técnica o colocam como fundamental na conquista do tetracampeonato mundial por deixar o ambiente melhor para quem entrava em campo e exercer liderança no grupo. Raí estava naquela Seleção e viu as características que queria para ajudá-lo no Tricolor em 2018.

Publicidade

“O Ricardo, fora de campo, fez a diferença em 1994. Sei a importância dele em todos os grupos que passei. Individualmente, ajudou a transformar a carreira de vários atletas. Desde então, só ganhou maturidade. É uma figura indispensável para o São Paulo. Está há pouco tempo aqui, mas, como tem personalidade e características únicas, já está deixando sua marca em todos. Dá ainda mais segurança para mim”, explicou.

Bicampeão paulista (1989 e 1991) e campeão brasileiro (1991) pelo Tricolor, Ricardo Rocha acumulou títulos também por Vasco, Santa Cruz e Real Madrid. Além do futebol, ganhou fama por atuar nos bastidores, conversando com colegas. Por isso, o próprio ex-zagueiro afirma que sua função na volta ao São Paulo é fazer algo parecido com o que sempre fez na carreira.

“O meu dia a dia será, praticamente, com a mesma função de 1994: fazer o elo entre diretores, comissão técnica e jogadores. Falaram que não tenho experiência, mas tenho 55 anos de idade, sendo 35 ou mais no futebol, com todos sempre falando que sou fundamental por ser um líder. Essa liderança é a minha função, é nisso que o Raí acredita. Farei esse elo entre base, profissionais e direção”, disse.

Raí assumiu a direção executiva de futebol prometendo retomar a identidade do São Paulo, reforçando esse discurso na reapresentação dos jogadores depois das férias, na última quarta-feira. Uma das principais missões de Ricardo Rocha é expor no cotidiano dos atletas a necessidade de buscar o fim do jejum de título – o Tricolor não é campeão desde a conquista da Copa Sul-Americana de 2012.

“Estou muito feliz. Aceitei o convite pelo projeto que o Raí me apresentou, e projeto, no Brasil, sobrevive de vitórias. Vamos tentar resgatar o São Paulo campeão. O são-paulino, quando entra em qualquer competição, tem de pensar em ganhar. Parece que há medo de falar em título. A mentalidade de título tem de voltar”, indicou.

“O torcedor deu resposta no Brasileiro e nós, que estamos por trás, precisamos de uma mentalidade vencedora. O São Paulo não ganha título há cinco anos, há 13 não ganha o Paulista. Não vamos prometer título, mas o São Paulo é grande e tem de disputar para ganhar sempre. A vontade de ganhar tem de existir”, prosseguiu Ricardo Rocha.