São Paulo entrega camisa 1 a Jean e goleiro diz: “Trabalhar sem me comparar a ninguém”

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UOL

Bruno Grossi

Jean recebeu a camisa 1 das mãos do coordenador de futebol Ricardo Rocha

Jean recebeu a camisa 1 das mãos do coordenador de futebol Ricardo Rocha

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O São Paulo apresentou nesta terça-feira seu primeiro reforço para 2018. O goleiro Jean recebeu a camisa 1, herdada por Denis, das mãos do coordenador de futebol Ricardo Rocha e não conseguiu escapar da sombra de ser mais um a tentar substituir Rogério Ceni no Tricolor. O jogador de 22 anos admitiu que essa pressão ainda paira sobre o Tricolor, mas que é preciso evitar comparações para que os novos goleiros consigam se firmar.

“Acho que o Sidão terminou o ano bem, com grandes atuações, mas a torcida ainda não tem aquela referência de goleiro como o Rogério era. E isso ainda vai demorar um pouco. Não é um ano ou dois que tiram o peso do Rogério, que sempre será lembrado. É inevitável pela história. Então cada um tem que trabalhar sem se comparar a ninguém. O jogador é escalado pelo treino, por isso treinamos a cada dia mais. A decisão é do Dorival. Quero ajudar o grupo como for, dentro ou fora de campo”, disse Jean.

Apesar de tentar fugir das comparações a Ceni, Jean sabe que há semelhanças com o maior ídolo da história do São Paulo. Foi por causa do Mito que o garoto revelado pelo Bahia começou a treinar cobranças de falta e, assim, ficou perto até de marcar um gol no Morumbi. Na rodada final do Campeonato Brasileiro de 2017, o goleiro mandou uma cobrança na barreira no último lance do empate em 1 a 1 entre baianos e paulistas.

“Minha prioridade vai ser sempre defender, dar a vida ali atrás. Nas faltas, continuarei treinando, batendo. Se um dia tiver a oportunidade para bater, estarei preparado para assumir essa posição. Ali (na última rodada) não tinha nada concretizado na contratação. E eu dou a vida pela camisa que visto. Queria ganhar o jogo porque defendia as cores do Bahia. Mas no caminho pensei que se fizesse o gol onde o Rogério fazia muitos gols me deixaria muito feliz. Felizmente ou infelizmente o gol não saiu (risos). Consegui ouvir que gritaram meu nome, apesar de estar concentrado, eram 60 mil torcedores, muitos gritando. Deu para ouvir bastante e me emocionou, me motivou a vir. A torcida foi fundamental na luta contra o rebaixamento”, confessou o arqueiro.

Além de Jean, o São Paulo já concretizou a contratação do meia-atacante Diego Souza, que deve ser apresentado ainda nesta semana. A diretoria promete buscar mais reforços de peso e mira nomes como Gustavo Scarpa e Marinho. Nesta terça, quem apresentou Jean foi Ricardo Rocha, já que o diretor-executivo de futebol Raí participava de outros compromissos.

“Estávamos conversando e eu joguei com o pai dele no Flamengo e agora posso apresentá-lo, falando da história do São Paulo com os goleiros, com Valdir Peres, Zetti, Rogério Ceni. E agora apostamos no Jean. Desejamos boa sorte a você, um dos destaques do último campeonato. Agradecemos pelo carinho que mostrou ao aceitar nossa proposta de imediato”, relembrou Ricardo Rocha.

Brincadeira de “novo Rogério Ceni” no CT do Palmeiras

Rogério com certeza é um ídolo, uma referência como atleta. Em 2016 a gente veio com o Bahia na Série B treinar aqui ao lado. Estava treinando falta, fiz o gol e fiz uma brincadeira. Toda criança já brincou de falar que era seu ídolo. Ali interpretaram mal que eu quis me comparar a ele, só foi uma brincadeira em referência a um ídolo. Rogério tem uma linda história no São Paulo e eu quero construir a minha.

Família de goleiros

Vem de berço, está no sangue. Tem uma foto minha de bebê com uma luva pendurada no berço. Comecei ali acho. Até joguei na linha quando mais novo, acho que foi isso que me deu uma qualidade para jogar com os pés. Eu sempre ia para treinos com o meu pai (Jean, ex-Bahia, Vitória, Flamengo, Cruzeiro e Corinthians) e isso foi fundamental para voltar ao gol. Meu irmão João está na base do Bahia, goleiro também. Só eu podia ser atacante, até jogava mais ou menos. Meu irmão está no caminho certo, de muita personalidade, joga bem com os pés. Virá mais um goleiro.

Personalidade forte

Aprendi com meus pais a ter minha personalidade, mas mais da minha história de vida. Nos momentos de baixa, se você não personalidade para subir de novo, não consegue. Eu já aprendi muito com a vida, com os problemas que enfrentei lá atrás. Comecei a jogar com 18, 19 anos no profissional do Bahia. Fomos para a final da Copa do Nordeste e eu falhei. Muitos falaram que minha carreira tinha acabado. Mas trabalhei, treinei e minha personalidade me deu a chance de dar a volta por cima. Fomos campeões sem sofrer gols em casa.

Tatuagens e fé

Vem da família. Minha vó sempre foi muito religiosa e passou para mim. Levo um terço para deixar no gol. Tenho também palavras, os nomes das minhas filhas, uma frase que define bem que é “nunca foi sorte, sempre foi Deus”.

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