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Alexandre Lozetti
A faixa de capitão do São Paulo começou 2017 no braço de Maicon. Aos poucos, Lucas Pratto a conquistou, mas cedeu a Hernanes quando o Profeta chegou, em julho, por sua história e identificação com o clube. Mesmo critério que fez Lugano ostentar a braçadeira quase sempre que foi titular.
Dos quatro, três já deixaram o São Paulo para 2018. Falta só o argentino, que tem muita vontade e malas prontas para voltar ao River Plate, e aguarda o desfecho de uma transferência que deve se concretizar nos próximos dias. Dorival Júnior tanto sabe que o relegou ao terceiro time no treino de sexta-feira.
Para essa temporada, o técnico terá que encontrar um novo capitão. E mais do que o símbolo da faixa, descobrir novas lideranças num elenco em metamorfose constante.
Um dos fatores considerados primordiais para que o São Paulo escapasse do rebaixamento no último Brasileirão, além da volta de Hernanes, foi a formação de elenco que terminou o ano. No diagnóstico de quem trabalha no CT da Barra Funda, eram jogadores compromissados, unidos e comandados por lideranças de características diferentes.
Hernanes, Pratto e Lugano eram alguns dos mais importantes nesse grupo de referências. Ao lado deles, Sidão, Rodrigo Caio e Petros, candidatos a herdar a faixa.
Na penúltima rodada do Brasileirão, o São Paulo venceu o Coritiba por 2 a 1, na capital paranaense, sem muitos de seus líderes. Hernanes e Pratto estavam machucados, Lugano no banco e Petros suspenso. Dorival deu a braçadeira a Cueva, que está longe de ser exemplo de comportamento.
Àquela altura, ele já havia sido multado por não se reapresentar depois da classificação do Peru para a Copa do Mundo. Sua escolha para ser capitão foi um estímulo do técnico. Mas agora, no início de 2018, o meia também não se apresentou, em razão de campanhas publicitárias no seu país. Na última sexta-feira, Raí disse que o São Paulo não foi avisado com a antecedência ideal.
Hernanes, Pratto e Lugano eram considerados importantes, além dentro de campo, para inibirem esse tipo de comportamento. Eram exemplos. Não estão mais no Tricolor, que, além de substitutos técnicos, terá de remontar um grupo que a psicóloga Anahy Couto considerou o melhor que já trabalhou com ela no CT.